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Apagão no centro de Caracas gera protestos

Moradores de Altagracia e de outros bairros populares próximos ao Miraflores iniciaram o protesto após mais um apagão de 24 horas

Venezuela: pneus foram incendiados e também ocorreu um "panelaço" (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: pneus foram incendiados e também ocorreu um "panelaço" (Marco Bello/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 09h53.

Moradores do centro de Caracas protestaram na noite desta quinta-feira, nos arredores do palácio presidencial de Miraflores, por um apagão na área, e foram reprimidos por forças militares, informou a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS).

"Houve repressão da Guarda Nacional com gás lacrimogêneo e golpes", disse à AFP Marco Ponce, coordenador da ONG.

Ponce denunciou que membros da Guarda Nacional "roubaram" telefones de pessoas que "estavam documentando o protesto".

Moradores de Altagracia e de outros bairros populares próximos ao Miraflores iniciaram o protesto diante de um apagão de mais de 24 horas, disse o ativista opositor Carlos Julio Rojas.

"Queremos luz!" - gritavam os manifestantes, segundo vídeos divulgados pela imprensa local.

Pneus foram queimados na região e também ocorreu um 'panelaço'.

"Eles não solucionam. Perseguem, reprimem e prendem" - escreveu no Twitter o deputado opositor Juan Guaidó ao condenar a atuação da Guarda Nacional.

Os apagões são comuns na Venezuela, especialmente nos estados de Zulia, Táchira, Mérida e Trujillo (oeste).

O governo atribui a situação a "sabotagens", mas especialistas afirmam que o problema é a falta de manutenção nas instalações geradoras de energia.

A Venezuela atravessa uma profunda crise econômica, com uma inflação projetada em 1.000.000% para 2018 pelo FMI, e escassez de alimentos e medicamentos.

 

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