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Apagão de grande magnitude atinge metade da Venezuela

Falha em uma linha de transmissão que atende as regiões ocidental e central deixou grande parte da capital e metade dos 24 estados sem energia

Guarda aguarda o retorno da energia após um apagão durante partida de basquete da Copa América entre Paraguai e República Dominicana em Caracas, Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Guarda aguarda o retorno da energia após um apagão durante partida de basquete da Copa América entre Paraguai e República Dominicana em Caracas, Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 17h16.

Caracas - Um apagão de grande magnitude afeta nesta terça-feira grande parte da capital Caracas e metade dos 24 estados de Venezuela, devido a uma falha em uma linha de transmissão que atende as regiões ocidental e central do país.

A situação gerava caos nas principais cidades do país de 29 milhões de habitantes, que teve que suspender temporariamente os serviços de metrô e trem nas principais áreas urbanas, enquanto as refinarias funcionavam com normalidade porque possuem suas próprias plantas de geração de energia.

"A falha começou aproximadamente às 12:30 em uma das linhas de transmissão principais, tronco do sistema elétrico nacional, o que originou a saída do serviço elétrico em boa parte do ocidente e zona central do país", disse o vice-ministro de Desenvolvimento Elétrico, Franco Silva, ao canal estatal VTV.

"Vamos levar várias horas para reiniciar as plantas de geração para poder restabelecer o serviço", disse o executivo, acrescentando que os estados afetados são: Zulia, Lara, Falcón, Táchira, Mérida, Trujillo, Yaracuy, Portuguesa, Cojedes, Aragua, Carabobo e parte de Caracas.

A Venezuela sofre constantes racionamentos de eletricidade devido a problemas com geração hidrelétrica, da qual provém aproximadamente 64 por cento de sua eletricidade.

Em 2010, o governo culpou a seca pela crise elétrica e assim que a temporada de chuvas recuperou os reservatórios, as acusações se voltaram para sabotagens, mas os racionamentos continuaram.

"Estou à frente da situação que estranha e abruptamente se apresentou no serviço elétrico, estaremos informando e atentos", escreveu o Presidente Nicolás Maduro em sua conta do Twitter @NicolasMaduro.

Em 2007, o falecido Hugo Chávez, que nacionalizou vastos setores da economia com o objetivo de instaurar o socialismo na Venezuela, tomou grande parte do sistema elétrico ao estatizar a Electricidad de Caracas, na qual a norte-americana AES Corp tinha maioria acionária.

A partir de então, segundo analistas, o desinvestimento no setor levou à deterioração dos serviços de geração e transmissão a ponto de a pouca capacidade disponível efetivamente obrigar a racionamentos, apesar de a capacidade instalada do país ser maior que a demanda.

A capacidade instalada na Venezuela é de cerca de 28.000 megawatts (MW) e a demanda é de cerca de 18.000 MW, mas a capacidade operativa é menor que a demanda.

Além disso, o governo se queixa constantemente do desperdício de energia por parte dos venezuelanos, que consomem uma média de 5.878 kilovatts-hora (kWh) por residência por ano.

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