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Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Governos da Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido e Índia afirmam que informações rechaçam 'atividades maliciosas', com este último país informando que estava em 'contato direto' com a empresa

Agência o Globo
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Publicado em 19 de julho de 2024 às 10h08.

Após o apagão cibernético que afetou desde transmissões ao vivo até sistemas de transportes e bolsas de valores nesta sexta-feira, governos dos países afetados se manifestaram, afirmando que o distúrbio não foi causado por ataque cibernético, mas sim por uma falha no software de segurança cibernética CrowdStrike, que estão em contato com a Microsoft e que seguem acompanhando a situação.

Na Nova Zelândia, o primeiro-ministro interino, David Seymour, disse em uma publicação no X que o país está "trabalhando para entender os impactos potenciais" da pane, destacando que não recebeu até o momento "nenhum relatório que indique que esses problemas estejam relacionados a atividades maliciosas de segurança cibernética". Em relação aos impactos, afirmou que o apagão estava causando uma "inconveniência" ao público e às empresas.

Uma comunicado similar foi feito pela coordenadora nacional de segurança cibernética da Austrália, Michelle McGuinness, ao destacar que a "interrupção está relacionada a problemas técnicos com uma plataforma de software de terceiros empregada pelas empresas afetadas.” O impacto da interrupção técnica afetou "várias empresas e serviços" australianos.

A falha no sistema afetou uma ferramenta de segurança da CrowdSteike chamada Falcon, que é utilizada pela Azure, a plataforma de computação em nuvem usada pela empresa americana Microsoft. Na Índia, onde a pane impactou os aeroportos, o ministro de Eletrônica e Tecnologia, Ashwini Vaishnaw, disse em uma publicação no X que o governo estava em contato com a empresa, explicando que o motivo foi "identificado" e as atualizações foram lançadas para resolver o problema.

Já no Reino Unido, o ministro PatMcFadden disse que estava em "contato próximo" com equipes que coordenam uma resposta através do comitê que lida com questões de emergência nacional, o Cabinet Office Briefing Rooms (COBR). O ministro acrescentou ainda que os seus homólogos estão trabalhando em seus setores sobre o assunto.

Segundo a BBC, as principais autoridades do país estavam na reunião do COBR um pouco mais cedo, uma vez que o nº 10 de Downing Street afirmou não estar a par da interrupção que afetava os negócios do governo. O primeiro-ministro Keir Sartmer não presidiu a reunião do comitê, pois estava em reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Um porta-voz do governo disse à rede britânica que os ministros estão sendo atualizados regularmente sobre a interrupção e que o governo está "trabalhando em estreita colaboração com os respectivos setores e indústrias nessa questão." A maior operadora ferroviária do Reino Unido alertou sobre possíveis cancelamentos de trens devido a problemas de TI.

A agência de segurança cibernética da França, ANSSI, disse que estava “totalmente mobilizada” para identificar e apoiar as pessoas afetadas. “Não há evidências que sugiram que essa interrupção seja resultado de um ataque cibernético”, disse a agência.

Na Espanha, o ministro de Transportes e Mobilidade Sustentável, Óscar Puente, citado pelo El País, disse que "felizmente" o pane global não afetou "de maneira significativa" os transportes no país, gerando apenas alguns atrasos nos aeroportos. "Pouco a pouco estamos recuperando os sistemas e espero que em pouco tempo estejamos já na mais absoluta normalidade", acrescentou. Todos os aeroportos da Espanha estavam sofrendo “interrupções” devido a uma falha de TI, informou a operadora de aeroportos Aena.

A Comunidade de Madri também afirmou que "nenhum serviço público", nem "nenhum sistema gerido pelo governo regional" foi afetado pela pane.

A Diretoria Cibernética israelense comunicou que estava entre os países afetados pela pane lobal, que teve impactos no sistema de correios e hospital israelenses, segundo os ministérios da Comunicação e da Saúde.

 

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