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"Antipolítica" ganha destaque em eleições italianas

Em Parma, localidade do norte industrial da Itália, o candidato do "Movimento 5 Estrelas", Federico Pizzarotti, recebeu 60,23% dos votos

O líder deste movimento da antipolítica, Beppe Grillo, celebrou o resultado através de seu perfil na rede social Twitter (Giorgio Brida/ Wikimedia Commons)

O líder deste movimento da antipolítica, Beppe Grillo, celebrou o resultado através de seu perfil na rede social Twitter (Giorgio Brida/ Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 15h48.

Roma - O "Movimento 5 Estrelas" do humorista Beppe Grillo, campeão da "antipolítica", conseguiu nesta segunda-feira a Prefeitura de Parma, uma das principais cidades da Itália, no segundo turno das eleições municipais parciais, nas quais mais uma vez a abstenção foi protagonista.

O movimento de Grilo, que já registrou um bom resultado no primeiro turno, em 6 e 7 de maio, sai da segunda rodada, realizada último domingo e hoje, como um dos grandes vencedores. Da mesma forma, a formação centro-esquerda conseguiu ganhar terreno da centro-direita, carente da liderança de Silvio Berlusconi e envolvida no escândalo de corrupção da Liga Norte.

Em Parma, localidade do norte industrial da Itália, o candidato do "Movimento 5 Estrelas", Federico Pizzarotti, recebeu 60,23% dos votos, enquanto o de centro-esquerda, Vincenzo Bernazzoli, obteve 39,77%.

Pizzarotti, que até agora era empregado de bancos, se transformou nesta segunda-feira no principal defensor de um movimento que pretende penetrar entre um eleitorado com desapego aos partidos políticos tradicionais. As eleições gerais italianas estão previstas para a primavera de 2013.

"Antes de tudo, sou uma pessoa normal. Exatamente por isto, poderei dialogar ao mesmo nível com todos os cidadãos e fazer política de modo diferente da qual temos visto nos últimos anos", disse o novo prefeito de Parma, após conhecer os primeiros resultados. O político recebeu os votos dos eleitores da centro-direita para castigar a centro-esquerda.

O líder deste movimento da antipolítica, Beppe Grillo, celebrou o resultado através de seu perfil na rede social Twitter, onde também falou sobre a vitória de seus candidatos nos municípios menores de Comacchio e Olha.


Outra 118 cidades, com 4,6 milhões de eleitores, também elegeram seus políticos. Em Gênova, o candidato da centro-esquerda, Marco Doria, recebeu 59,72% dos votos, enquanto o candidato de centro-direita, Enrico Musso (40,28%).

Na capital siciliana, Palerma, o candidato do progressista, Leoluca Orlando, se tornou prefeito com 72,4% dos votos, contra 27,6% do candidato da centro-esquerda, Fabrizio Ferrandelli. Já em L"Aquila, a cidade arrasada pelo terremoto há três anos, o prefeito Massimo Cialente, candidato pela esquerda, se manteve no poder com 59,2% dos votos, contra o centrista, Giorgio de Matteis (40,8%).

"A centro-esquerda ganhou em todos os locais, em todo o país", disse nesta segunda o responsável de política municipal da principal formação progressista da Itália, o Partido Democrata (PD), Davide Zoggia.

O pior resultado deste segundo turno, que teve uma participação quatorze pontos abaixo da anterior (51,38 %), foi para a Liga Norte de Umberto Bossi. O líder da formação está sendo investigado no escândalo de corrupção por suposto uso indevido de fundos públicos.

A Liga Norte perdeu em todos os sete municípios nos quais possuiu candidatos neste segundo turno, inclusive nas localidades de Tradate e Meda, na região da Lombardia, seu tradicional celeiro de votos. "Pagamos um preço altíssimo sobre os assuntos que afetaram à Liga do ponto de vista midiático-judicial nos últimos tempos", disse um de seus três atuais líderes e ex-ministro de Interior, Roberto Maroni.

Estas eleições na Itália foram uma prova dos partidos políticos para as gerais do ano que vem, quando será eleito o Governo que substituirá o tecnocrata Mario Monti, que chegou ao poder em novembro após a renúncia de Berlusconi. 

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