A ANP autorizou a Chevron a tomar medidas para acabar com o vazamento (AFP/Getty Images/Arquivo/Justin Sullivan)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2012 às 17h55.
Rio de Janeiro - O vazamento de petróleo na costa brasileira em novembro não foi o resultado de negligência da Chevron, ou da operadora de sondas Transocean, disse na quinta-feira a Agência Nacional do Petróleo (ANP), encorajando empresas e seus executivos, que enfrentam acusações criminais.
O assessor da diretoria da ANP, Silvio Jablonski, disse em uma audiência no Senado que o acidente no campo petrolífero de Frade foi causado por falhas e erros de projeto, mas o relatório sobre o vazamento preparado pela agência não usa a palavra "negligência". A audiência aconteceu um dia depois de o Ministério Público Federal denunciar criminalmente a companhia petrolífera americana, a Transocean e 17 de seus funcionários.
Ambas as empresas negaram as acusações, cuja denúncia pede condenação de até 31 anos de prisão para alguns dos funcionários. As ações da Chevron caíram 2,3 por cento na quinta-feira a 105,41 dólares, e os papéis da Transocean perderam 2,87 por cento. O derramamento da Chevron, de 2,4 mil barris, representa menos de 0,1 por cento do vazamento da BP no Golfo do México, de 4,6 milhões de barris, foi rapidamente controlado e não chegou às praias.
Jablonski também disse que o campo de Frade não parece ter sido irreparavelmente danificado pelo acidente - notícia que pode ajudar a aliviar as preocupações dos investidores sobre a viabilidade do campo. As acusações apresentadas pelo Ministério Público na quarta-feira incluem incapacidade de cumprir o protocolo de segurança para conter o vazamento, para tomar as medidas necessárias e parar o processo de perfuração, além de incapacidade de atender às obrigações legais e contratuais, dentre outras.
Um influente senador do partido do presidente de Dilma Rousseff criticou as acusações como "excessivas" e "irresponsáveis" em uma entrevista antes da audiência. O senador Jorge Viana disse à Reuters que as acusações "criam um clima de insegurança" que poderia prejudicar o investimento tão necessário no setor de petróleo. (Com reportagem adicional de Brian Winter)