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Ano bissexto: entenda por que ele existe e o que muda no calendário em 2024

Esse arranjo evita um descompasso significativo entre o "ano civil" (com duração de 365 dias) e o ano solar

Calendário de 2024 terá um dia a mais no mês de fevereiro (aire images/Getty Images)

Calendário de 2024 terá um dia a mais no mês de fevereiro (aire images/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 31 de dezembro de 2023 às 10h59.

O ano de 2024 está prestes a iniciar e traz consigo a necessidade de ajustar o 'cronograma' do planeta. Isso ocorre pelo fato dos anos não possuírem exatamente 365 dias, então, a cada quatro anos, é imperativo corrigir essa disparidade. Dessa forma, no próximo ano, o mês de fevereiro será estendido para 29 dias. No entanto, quais seriam os efeitos desse dia adicional?

Na realidade, o ano bissexto ocasiona uma espécie de "salto" no calendário. Dessa maneira, as datas que ocorreram numa quarta-feira ao longo de 2023, e que em 2024, se deslocariam para a quinta-feira, serão diretamente transferidas para a sexta-feira no ano que vem.

Não é por acaso que 2024 será significativamente mais econômico em termos de feriados prolongados: enquanto o Rio de Janeiro, por exemplo, teve 11 em 2023, quase a metade dos feriados ocorrerá nos fins de semana no próximo ano.

Mas quem pensou nisso?

A responsabilidade pela introdução dos anos bissextos recai principalmente sobre o Papa Gregório XIII, que estabeleceu o calendário gregoriano que seguimos. Esse calendário define que uma rotação completa da Terra em torno de seu eixo corresponde a um dia, e uma órbita completa da Terra ao redor do Sol equivale a um ano. Contudo, devido ao fato de a Terra levar um pouco mais de um ano para completar sua órbita ao redor da estrela, precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos, surgiu a necessidade de ajustes.

A solução para esse desafio foi apresentada pelos egípcios de Alexandria há mais de 2 mil anos. Eles propuseram que o excedente de tempo, acumulado ao longo de quatro anos, fosse consolidado no ano bissexto.

Esse arranjo evita um descompasso significativo entre o "ano civil" (com duração de 365 dias) e o ano solar, correspondente ao movimento de translação da Terra ao redor do Sol, que, se não fosse corrigido, levaria a um atraso de três meses a cada 372 anos

A escolha de 'Fevereiro'

A escolha desse mês para a adição do dia extra tem uma explicação histórica associada a Júlio César, o imperador romano. Em 46 a.C., César reformulou o sistema de contagem do tempo, introduzindo o calendário juliano. Neste calendário, fevereiro era o último mês, mas o acréscimo do dia adicional não ocorria após o último dia do ano.

Em vez disso, era inserido seis dias antes do mês de março, que era contado duas vezes. Essa peculiaridade é a razão pela qual o termo "bissexto" está associado aos anos que contêm um dia extra em fevereiro.

E quem nasce no dia 29 de fevereiro?

A data de nascimento é determinada pela DNV, a declaração de nascido vivo, de acordo com a Lei 6.015, de 1973, que dispõe sobre registros públicos. Assim, a certidão deve conter o dia, mês, ano, lugar e horário exatos do nascimento de acordo com a DNV, e a mudança — para o dia 28 de fevereiro ou 1º de março — é considerada crime.

Portanto, quem nasce no dia 29 de fevereiro 'encontra', de fato, o próprio aniversário de quatro em quatro anos.

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