Gravidez: o método, que atua no organismo por três meses, pretende ser uma alternativa eficaz às injeções, pílulas e óvulos de progesterona (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 13h38.
Adis-Abeba - O anel vaginal, método contraceptivo desenvolvido no Chile, será lançado na África para prevenir gravidezes indesejadas no primeiro ano após o parto, quando muitas mulheres acreditam que não podem engravidar.
Centenas de milhares de africanas podem começar a utilizar em breve esse método, informou nesta quarta-feira à Efe Saumya RamaRao, da ONG americana Population Council, no segundo dia da III Conferência Internacional de Planejamento Familiar realizada desde ontem em Adis-Abeba.
O método anticoncepcional já é utilizado em oito países latino-americanos e agora quer ganhar a África como um método específico para controlar a natalidade no primeiro ano após o parto.
"Dois terços das mulheres africanas não usam anticoncepcionais nessa fase porque acreditam que não ficarão grávidas", advertiu Saumya.
O aro, que atua no organismo por três meses, pretende ser uma alternativa eficaz às injeções, pílulas e óvulos de progesterona no continente.
A demógrafa listou as vantagens: "É fácil de lembrar, não tem impacto na libido, permite uso a longo prazo e muito poucos homens o percebem".
Seu uso, ainda aguardando a aprovação final pelas autoridades de saúde dos países africanos, dependerá em grande medida de sua aceitação na sociedade dessas nações.
"Não sabemos se será aceito pelos companheiros dessas mulheres, nem o quê os líderes religiosos e comunitários dirão", acrescentou Saumya.
A especialista se mostrou esperançosa de que o produto encontre uma lacuna no mercado africano de anticoncepcionais, onde também está ganhando força o uso de anticoncepcionais injetáveis e o preservativo feminino.
O aro está sendo testado no Quênia, no Senegal e na Nigéria, país este último onde a implantação de medidas de planejamento familiar é crítica para atalhar sua alta taxa de crescimento.
"Os políticos e investidores dizem que estamos em uma boa posição para conseguir estudos que aprovem sua aceitação", acrescentou.
Na África, cerca de 50 milhões de mulheres não têm acesso a métodos contraceptivos modernos.
A conferência internacional, o fórum mais importante sobre o assunto até o momento, reunirá esta semana mais de 3 mil pessoas - entre dirigentes políticos, especialistas e ativistas - na capital etíope.