América Latina sofrerá desaceleração em 2012, diz FMI
Apesar de sofrer com a crise internacional, especialistas consideram que região se mantém sólida
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h28.
São Paulo - A América Latina se prepara para enfrentar em 2012 uma desaceleração de sua economia - com um crescimento revisado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 4%, devido aos efeitos da crise na Europa e nos Estados Unidos -, mas é vista ainda pelos especialistas como uma região sólida e de futuro promissor.
"Esse é ainda um crescimento respeitável, principalmente se levarmos em conta a volatilidade global nos mercados financeiros", disse Charles Kramer, diretor da divisão de estudos para a região do FMI, em uma entrevista à AFP.
O FMI revisou várias vezes para baixo suas previsões econômicas para América Latina e, em seu último relatório, divulgado em setembro, projetou um crescimento de 4,5% em 2011 e 4% em 2012, contra 6,1% em 2010.
O Brasil, maior economia da região e a sexta do mundo, espera um crescimento em torno de 3,2% este ano e entre 4 e 5% em 2012.
"As coisas estão se movendo tão rápido que é difícil dizer como estarão ao final de janeiro", disse Kramer, que afirmou ainda que a estimativa para 2012 deve ser novamente revisada para baixo em janeiro.
Analistas de mercado, no entanto, dizem que a América Latina se mantém relativamente bem com relação aos países ricos.
"A região é bastante flexível e em alguns pontos está mais forte que antes da quebra do (banco americano) Lehman Brothers", em 2008, que marcou o início de uma crise financeira internacional, disse Luis Cubeddu, subdiretor da divisão de estudos para América Latina do FMI, ao destacar os altos níveis de reservas internacionais, demanda interna, crédito, vendas, e as baixas dívidas públicas de curto prazo na região.
"Apesar da melhor situação da região, ela está inserida num mundo mais complicado e por isso a maioria dos riscos estão vindo de fora", disse à AFP Augusto De la Torre, economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial.
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, disse recentemente que o desafio para a região é "manter o crescimento em um ambiente de alta volatilidade".
Segundo o FMI, os países latino-americanos com estreita relação com os Estados Unidos e com a Europa terão uma desaceleração econômica mais forte, com uma diminuição do comércio, remessas e fluxo de turismo.
Especialistas alertam ainda para o fato de que a recessão dos países ricos, ameaça desacelerar as economias emergentes da Ásia, grandes compradores de matérias-primas latino-americanas, derrubando os preços desses produtos.
"Uma queda no consumo chinês de matérias-primas teria um impacto muito grande na América Latina", disse De la Torre.
De acordo com o banco Goldman Sachs, no entanto, os preços das matérias- primas devem resistir em 2012. "Restrições na oferta em importantes mercados de matérias-primas provavelmente compensarão uma eventual queda na demanda", disse o Goldman Sachs em um estudo divulgado ao final de novembro.
"Os países emergentes se recuperaram rapidamente e vigorosamente da crise de 2008 e em 2011 esbarraram em questões normais a esse crescimento", disse o economista do BM.
"Alguns bancos centrais começaram a subir suas taxas de juros a partir de 2010 para reduzir o ritmo de crescimento da demanda para que seja mais compatível com a capacidade de produção", disse o economista. "Com isso, era óbvio que haveria um ritmo de crescimento mais moderado a partir da última parte de 2011, que aconteceria mesmo que a economia externa estivesse normal", completou.
O Goldman Sachs espera uma alta do PIB de 3,2% para 2012 (contra 4% do FMI) e de 4,6% em 2013.
São Paulo - A América Latina se prepara para enfrentar em 2012 uma desaceleração de sua economia - com um crescimento revisado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 4%, devido aos efeitos da crise na Europa e nos Estados Unidos -, mas é vista ainda pelos especialistas como uma região sólida e de futuro promissor.
"Esse é ainda um crescimento respeitável, principalmente se levarmos em conta a volatilidade global nos mercados financeiros", disse Charles Kramer, diretor da divisão de estudos para a região do FMI, em uma entrevista à AFP.
O FMI revisou várias vezes para baixo suas previsões econômicas para América Latina e, em seu último relatório, divulgado em setembro, projetou um crescimento de 4,5% em 2011 e 4% em 2012, contra 6,1% em 2010.
O Brasil, maior economia da região e a sexta do mundo, espera um crescimento em torno de 3,2% este ano e entre 4 e 5% em 2012.
"As coisas estão se movendo tão rápido que é difícil dizer como estarão ao final de janeiro", disse Kramer, que afirmou ainda que a estimativa para 2012 deve ser novamente revisada para baixo em janeiro.
Analistas de mercado, no entanto, dizem que a América Latina se mantém relativamente bem com relação aos países ricos.
"A região é bastante flexível e em alguns pontos está mais forte que antes da quebra do (banco americano) Lehman Brothers", em 2008, que marcou o início de uma crise financeira internacional, disse Luis Cubeddu, subdiretor da divisão de estudos para América Latina do FMI, ao destacar os altos níveis de reservas internacionais, demanda interna, crédito, vendas, e as baixas dívidas públicas de curto prazo na região.
"Apesar da melhor situação da região, ela está inserida num mundo mais complicado e por isso a maioria dos riscos estão vindo de fora", disse à AFP Augusto De la Torre, economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial.
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, disse recentemente que o desafio para a região é "manter o crescimento em um ambiente de alta volatilidade".
Segundo o FMI, os países latino-americanos com estreita relação com os Estados Unidos e com a Europa terão uma desaceleração econômica mais forte, com uma diminuição do comércio, remessas e fluxo de turismo.
Especialistas alertam ainda para o fato de que a recessão dos países ricos, ameaça desacelerar as economias emergentes da Ásia, grandes compradores de matérias-primas latino-americanas, derrubando os preços desses produtos.
"Uma queda no consumo chinês de matérias-primas teria um impacto muito grande na América Latina", disse De la Torre.
De acordo com o banco Goldman Sachs, no entanto, os preços das matérias- primas devem resistir em 2012. "Restrições na oferta em importantes mercados de matérias-primas provavelmente compensarão uma eventual queda na demanda", disse o Goldman Sachs em um estudo divulgado ao final de novembro.
"Os países emergentes se recuperaram rapidamente e vigorosamente da crise de 2008 e em 2011 esbarraram em questões normais a esse crescimento", disse o economista do BM.
"Alguns bancos centrais começaram a subir suas taxas de juros a partir de 2010 para reduzir o ritmo de crescimento da demanda para que seja mais compatível com a capacidade de produção", disse o economista. "Com isso, era óbvio que haveria um ritmo de crescimento mais moderado a partir da última parte de 2011, que aconteceria mesmo que a economia externa estivesse normal", completou.
O Goldman Sachs espera uma alta do PIB de 3,2% para 2012 (contra 4% do FMI) e de 4,6% em 2013.