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Ambientalistas criticam vazamento de petróleo no Ártico

Segundo ambientalistas, países do Ártico deveriam ter estabelecido com mais rigor a responsabilidade das empresas por eventuais acidentes

Ondas se chocam contra uma unidade cônica de perfuração de petróleo no lado sudeste da costa da ilha Sitkalidak, no Alasca (Jonathan Klingenberg/USCG/Handout/Reuters)

Ondas se chocam contra uma unidade cônica de perfuração de petróleo no lado sudeste da costa da ilha Sitkalidak, no Alasca (Jonathan Klingenberg/USCG/Handout/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 10h23.

Oslo - Os países do Ártico foram vagos em seus planos de cooperação contra vazamentos de petróleo na região, e deveriam ter estabelecido com mais rigor a responsabilidade das empresas por eventuais acidentes, disseram ambientalistas na segunda-feira.

Um documento de 21 páginas redigido pelos oito países do Conselho Ártico diz que a região "deve manter um sistema nacional para responder imediata e efetivamente aos incidentes de poluição petrolífera" nessa gélida região, que está se tornando mais aberta à exploração por causa do aquecimento global.

A Reuters teve acesso e antecipou o teor do documento, que deve ser aprovado em maio. Ele não detalha medidas em termos de contratação de pessoal, navios, equipamentos de limpeza e responsabilidades corporativas por eventuais derrames de petróleo no Ártico, onde os EUA estimam estar 13 por cento das reservas petrolíferas ainda não descobertas do planeta, e 30 por cento das reservas de gás não descobertas.

Os países redigiram esse documento num momento em que empresas como Royal Dutch Shell, ConocoPhillips , Lukoil e Statoil voltam seus olhos para o norte, apesar dos custos e riscos envolvidos. Em 31 de dezembro, o mau tempo provocou o encalhe da plataforma petrolífera Kulluk, da Shell, na costa do Alasca.

"O documento não encara os riscos de um vazamento de forma significativa", disse Ruth Davis, do Greenpeace, que entregou o documento à Reuters. Autoridades confirmaram a autenticidade do texto.

O Greenpeace, que luta pela proibição da prospecção petrolífera no Ártico, disse que o texto é "escrito de forma tão vaga que terá pouco valor prático na elevação do nível de preparação" contra acidentes.


"Deveríamos estar bem além desse documento rudimentar", ecoou Rick Steiner, consultor ambiental, ex-professor da Universidade do Alasca e crítico contumaz da indústria do petróleo. Ele disse que o Conselho deveria dar mais ênfase à prevenção dos vazamentos.

O Conselho Ártico --formado por EUA, Rússia, Canadá, Suécia, Finlândia, Noruega, Islândia e Dinamarca (país que controla a Groenlândia)-- vê a cooperação como um grande avanço para a região, onde a cobertura de gelo atingiu seu menor nível no verão boreal de 2012.

"Haverá muitas melhorias em comparação a hoje - simplesmente por tornar mais fácil para que os países árticos se ajudem mutuamente quando necessário", disse Karsten Klepsvik, que foi até o final de 2012 especialista da chancelaria norueguesa em questões polares.

O documento estabelece, por exemplo, um contato ininterrupto entre os oito países para questões emergenciais, além de estipular regras nacionais para permitir o rápido transporte de equipamentos de limpeza pelas fronteiras marítimas, um melhor monitoramento e treinamentos conjuntos.

Os ministros de Meio Ambiente dos países do Conselho Ártico vão se reunir na terça e quarta-feira em Jukkasjarvi, na Suécia, para discutir a proposta.

O documento deixa claro seu caráter não-vinculante, exceto no ressarcimento de custos quando um país ajudar outro. Ele diz que suas regras estão "sujeitas à capacidade das partes e à disponibilidade de recursos relevantes".

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