Aluna cristã sequestrada pelo Boko Haram faz apelo por libertação
Leah Sharibu, de 15 anos, está entre as mais de 100 jovens sequestradas no dia 19 de fevereiro em uma pensão de Dapchi, nordeste da Nigéria
AFP
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 09h29.
Uma estudante sequestrada pelo Boko Haram em fevereiro ao lado de outras 100 colegas na Nigéria pediu às autoridades que ajudem a obter sua libertação, informa a imprensa, que cita uma suposta gravação da única refém do grupo de alunas que permanece sob poder dos extremistas.
Leah Sharibu, cristã de 15 anos, está entre as mais de 100 jovens sequestradas no dia 19 de fevereiro em uma pensão de Dapchi, cidade do estado de Yobe, nordeste da Nigéria, em um crime que lembrou o sequestro de 276 estudantes de Chibok em abril de 2014, caso que provocou uma onda de indignação mundial.
Depois de um mês no cativeiro, todas as estudantes de Dapchi foram liberadas, com exceção da única cristã do grupo, Leah Sharibu. No caso das meninas de Chibok, as autoridades presumem que 112 jovens permanecem sob poder do Boko Haram.
Em uma gravação enviada à imprensa local na segunda-feira, a adolescente suplica por sua libertação ao governo do presidente Muhammadu Buhari.
"Eu suplico ao governo e ao presidente que tenham piedade de mim e que me salvem", afirmou a adolescente em hausa, a língua mais falada na região norte da Nigéria.
Esta gravação é a primeira prova de vida da estudante desde o sequestro.
Em alguns trechos, a jovem gagueja, repete palavras, o que sugere que estaria lendo um texto preparado. A gravação foi enviada com uma foto de Leah Sharibu usando um véu islâmico que permite observar seu rosto, sentada em um local não reconhecido.
O governo informou que está verificando a autenticidade da gravação.
"Nossa reação seguirá o resultado da investigação", afirmou o porta-voz da presidência, Garba Shehu. Também indicou que o presidente Buhari obterá sua libertação.
"O presidente Buhari não vai poupar nada para que todas as crianças voltem para casa. Não descansará até que elas sejam liberadas em sua totalidade", disse.
Um relatório da ONU afirma que, apesar do desmentido das autoridades, quantias importantes foram pagas pelo resgate das outras meninas de Dapchi.