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Aliados de Merkel tentam conter insatisfação para formar aliança

Merkel está tendo dificuldade para encontrar um parceiro de coalizão porque seu bloco de centro-direita perdeu apoio para a extrema-direita

Merkel: o líder do SPD, Martin Schulz, mudou de postura e sinalizou a disposição de debater uma saída para o impasse político (Axel Schmidt/Reuters)

Merkel: o líder do SPD, Martin Schulz, mudou de postura e sinalizou a disposição de debater uma saída para o impasse político (Axel Schmidt/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 15h56.

Berlim - Membros de alto escalão da aliança conservadora da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediram ao Partido Social-Democrata (SPD) nesta quinta-feira a não estabelecer linhas vermelhas em suas posturas políticas que poderiam complicar as conversas exploratórias para a criação de um governo estável.

Merkel está tendo dificuldade para encontrar um parceiro de coalizão porque seu bloco de centro-direita perdeu apoio para a extrema-direita na eleição de 24 de setembro e suas tentativas de formar uma aliança tripartite com o pró-mercado Partido Democratas Livres (FDP) e os Verdes fracassaram.

O SPD, que governava com Merkel em uma coalizão desde 2013 e sofreu sua pior derrota eleitoral desde o pós-guerra, vinha se opondo fortemente a outra "grande coalizão".

Mas devido à pressão do presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, o líder do SPD, Martin Schulz, mudou de postura e sinalizou a disposição de debater uma saída para o impasse político na maior economia da Europa.

Steinmeier, ex-parlamentar do SPD e ex-ministro das Relações Exteriores, presidirá uma reunião conjunta entre Merkel, seu aliado conservador bávaro Horst Seehofer e Schulz nesta quinta-feira, parte de seus esforços para facilitar a formação de um governo estável.

Mas o clima azedou antes das conversas devido a uma disputa acirrada entre colegas de gabinete a respeito de uma licença da União Europeia para um herbicida.

O ministro da Agricultura conservador Christian Schmidt irritou o SPD na segunda-feira ao romper com o protocolo e apoiar uma proposta da UE para prorrogar o uso de glifosato no bloco por mais cinco anos, uma medida rejeitada pelos sociais-democratas. Em reação, alguns de seus membros pediram uma indenização e estabeleceram várias condições para a formulação de políticas.

"Recomendo que todos nós não compliquemos os esforços para encontrar uma forma estável de cooperação estabelecendo linhas vermelhas publicamente", disse o ministro da Saúde, Hermann Groehe, membro de primeiro escalão da União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, ao diário Rheinische Post.

Annegret Kramp-Karrenbauer, outra integrante graduada do CDU, disse que os dois partidos deveriam superar suas diferenças e concentrar todos seus esforços na formação de uma coalizão sólida.

"Os eleitores esperam que essa disputa (envolvendo o herbicida) seja encerrada", disse ela à rádio Deutschlandfunk.

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