Coronavírus: toque de recolher é determinado pelos Estados na Alemanha (Maja Hitij/Getty Images)
Reuters
Publicado em 20 de março de 2020 às 12h20.
Última atualização em 22 de março de 2020 às 19h02.
A Alemanha só teve 31 fatalidades da covid-19 até o momento graças a exames precoces da doença semelhante à gripe, por ora evitando o destino de países atingidos mais duramente -- como a Itália, que atualmente tem o maior número de mortos do mundo.
Mas, como a quantidade de casos alemães aumentou em 2.958 de madrugada e chegou a 13.957, a pandemia entrou numa fase exponencial que, se não for contida, poderá infectar até 10 milhões de pessoas dentro de três meses, disseram autoridades de saúde.
Pelo sistema federal, a chanceler, Angela Merkel, não pode impor um toque de recolher de âmbito nacional, já que isso cabe a governos estaduais e locais.
Antecipando-se à reunião de crise de domingo, a Baviera, que é o maior estado da Alemanha e cobre cerca de um quinto do país, disse nesta sexta-feira que imporá restrições gerais às saídas de casa por duas semanas a partir da meia-noite.
"Não estamos interditando a Baviera. Não estamos isolando a Baviera. Mas estamos suspendendo totalmente a vida pública da Baviera", disse o ministro-chefe, Markus Soeder, em um pronunciamento na televisão.
A cidade de Freiburg, no sudoeste, anunciou que imporá um toque de recolher a partir do final de semana, e a Renânia do Norte-Vestfália, o Estado mais populoso do país, pode seguir o exemplo.
A Alemanha já fechou escolas, lojas e restaurantes e apelou ao bom senso das pessoas para que se responsabilizem pela desaceleração da proliferação da doença, mas multidões ainda se reuniam em parques, parques de diversões e cafés em cidades grandes e pequenas no final de semana passado.