Alemanha se preocupa com o auge de movimentos xenófobos
Movimentos ultradireitistas lançam campanhas contra imigrantes e peticionários de asilo com o pretexto de lutar contra a islamização do país
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2014 às 15h27.
Berlim - A Alemanha observa com preocupação o auge das campanhas xenófobas lançadas por movimentos ultradireitistas contra imigrantes e peticionários de asilo com o pretexto de lutar contra a islamização do país.
"Somos conscientes que o clima social na Alemanha se rarefez", declarou o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, diante da capacidade de concentração de movimentos como Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida) e Hooligans contra Salafistas (HoGeSa).
Estes movimentos islamófobos de tinturas xenófobas se nutrem do medo de uma parte da população perante uma suposta islamização do país.
Mas "não existe nenhuma ameaça real de uma islamização da sociedade alemã", pois a maioria dos muçulmanos residentes no país - quatro milhões, 5% da população - é integrada, destacou De Maizière ao encerrar na sexta-feira em Colônia a conferência de ministros do Interior do governo e dos 16 estados federados.
No entanto, o ministro ressaltou a necessidade de levar a sério a preocupação e os medos dos que se deixam levar, sem defender necessariamente o ideário ultradireitista.
Na segunda-feira passada, o Pegida, nascido em Dresden, conseguiu reunir 10.000 pessoas nas ruas dessa cidade no leste da Alemanha em sua manifestação semanal, enquanto cerca de 9.000 pessoas se somaram a uma contramanifestação.
O movimento, que se opõe à amparada de refugiados por razões econômicas e à presença de supostos jihadistas em território alemão, organiza marchas em Dresden há várias semanas, captando cada vez mais seguidores, e começou a estender-se a outra cidades.
Durante estas manifestações não foram registrados maiores incidentes, ao contrário dos protestos protagonizados pelo movimento HoGeSa, que une torcedores violentos e ultradireitistas no país.
Por sua parte, a chanceler alemã, Angela Merkel, condenou ontem os movimentos ultradireitistas que "lançam campanhas radicais contra os estrangeiros e contra os que chegam em busca de proteção" na Alemanha.
Dias antes, a chanceler já tinha se comprometido a combater tanto os que pregam o islamismo radical ou aderem ao jihadismo na Alemanha, como os crescentes movimentos islamófobos que "alimentam o medo" contra estrangeiros, por ambos afetarem à segurança do país.
A estes novos movimentos islamófobos se soma o ataque incendiário na madrugada de quinta para sexta-feira na cidade bávara de Vorra contra três edifícios destinados a abrigar refugiados e no que tudo indica ter sido um ataque de caráter xenófobo.
No local foram encontradas suásticas e pichações xenófobas, além da mensagem "Não aos refugiados em Vorra".
O governo alemão e os Executivos regionais condenaram duramente os ataques, que qualificaram de atos "vergonhosos" e "aberrantes", ao mesmo tempo em que apelaram à solidariedade e à empatia da sociedade alemã para aquelas pessoas que chegaram ao país fugindo da violência e na busca de ajuda.
A Alemanha foi palco no início dos anos 90 de vários atentados xenófobos em cidades como Solingen, Mölln, Rostock e Hoyerswerda, que coincidiram com um auge na chegada de peticionários de asilo, nesse caso procedentes dos Bálcãs.
O temor dos políticos é que o crescente número de solicitantes de asilo na Alemanha alimente uma nova onda de xenofobia no país.
Neste ano, o número de pedidos de asilo chega a quase 181.500, 57% a mais que no mesmo período de 2013, e se prevê que o número de solicitações atinja 200.000 até o final de 2014, frente às 127.000 do ano passado.
Berlim - A Alemanha observa com preocupação o auge das campanhas xenófobas lançadas por movimentos ultradireitistas contra imigrantes e peticionários de asilo com o pretexto de lutar contra a islamização do país.
"Somos conscientes que o clima social na Alemanha se rarefez", declarou o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, diante da capacidade de concentração de movimentos como Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida) e Hooligans contra Salafistas (HoGeSa).
Estes movimentos islamófobos de tinturas xenófobas se nutrem do medo de uma parte da população perante uma suposta islamização do país.
Mas "não existe nenhuma ameaça real de uma islamização da sociedade alemã", pois a maioria dos muçulmanos residentes no país - quatro milhões, 5% da população - é integrada, destacou De Maizière ao encerrar na sexta-feira em Colônia a conferência de ministros do Interior do governo e dos 16 estados federados.
No entanto, o ministro ressaltou a necessidade de levar a sério a preocupação e os medos dos que se deixam levar, sem defender necessariamente o ideário ultradireitista.
Na segunda-feira passada, o Pegida, nascido em Dresden, conseguiu reunir 10.000 pessoas nas ruas dessa cidade no leste da Alemanha em sua manifestação semanal, enquanto cerca de 9.000 pessoas se somaram a uma contramanifestação.
O movimento, que se opõe à amparada de refugiados por razões econômicas e à presença de supostos jihadistas em território alemão, organiza marchas em Dresden há várias semanas, captando cada vez mais seguidores, e começou a estender-se a outra cidades.
Durante estas manifestações não foram registrados maiores incidentes, ao contrário dos protestos protagonizados pelo movimento HoGeSa, que une torcedores violentos e ultradireitistas no país.
Por sua parte, a chanceler alemã, Angela Merkel, condenou ontem os movimentos ultradireitistas que "lançam campanhas radicais contra os estrangeiros e contra os que chegam em busca de proteção" na Alemanha.
Dias antes, a chanceler já tinha se comprometido a combater tanto os que pregam o islamismo radical ou aderem ao jihadismo na Alemanha, como os crescentes movimentos islamófobos que "alimentam o medo" contra estrangeiros, por ambos afetarem à segurança do país.
A estes novos movimentos islamófobos se soma o ataque incendiário na madrugada de quinta para sexta-feira na cidade bávara de Vorra contra três edifícios destinados a abrigar refugiados e no que tudo indica ter sido um ataque de caráter xenófobo.
No local foram encontradas suásticas e pichações xenófobas, além da mensagem "Não aos refugiados em Vorra".
O governo alemão e os Executivos regionais condenaram duramente os ataques, que qualificaram de atos "vergonhosos" e "aberrantes", ao mesmo tempo em que apelaram à solidariedade e à empatia da sociedade alemã para aquelas pessoas que chegaram ao país fugindo da violência e na busca de ajuda.
A Alemanha foi palco no início dos anos 90 de vários atentados xenófobos em cidades como Solingen, Mölln, Rostock e Hoyerswerda, que coincidiram com um auge na chegada de peticionários de asilo, nesse caso procedentes dos Bálcãs.
O temor dos políticos é que o crescente número de solicitantes de asilo na Alemanha alimente uma nova onda de xenofobia no país.
Neste ano, o número de pedidos de asilo chega a quase 181.500, 57% a mais que no mesmo período de 2013, e se prevê que o número de solicitações atinja 200.000 até o final de 2014, frente às 127.000 do ano passado.