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Alemanha se aproxima de "recessão de inverno" por crise energética

É o primeiro instituto alemão a prever uma queda do PIB no próximo ano

De acordo com o IFO, a situação poderá "normalizar" em 2024 com um "crescimento de 1,8%"  (Photo by Stefan Sauer/picture alliance via Getty Images/Getty Images)

De acordo com o IFO, a situação poderá "normalizar" em 2024 com um "crescimento de 1,8%"  (Photo by Stefan Sauer/picture alliance via Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 11h31.

Última atualização em 12 de setembro de 2022 às 11h42.

A Alemanha está se preparando para entrar em recessão neste inverno (Hemisfério Norte), devido ao forte impacto da crise de energia nos lares e empresas, segundo as previsões do instituto IFO e do Banco Central.

"As reduções no fornecimento de gás pela Rússia durante o verão e os aumentos drásticos nos preços que causaram estão provocando estragos na economia", resumiu nesta segunda-feira, 12, o instituto IFO, um dos mais influentes na principal economia europeia.

A agência reduziu sua previsão de crescimento feita em junho em 4 pontos percentuais, e agora projeta uma queda de 0,3% do PIB em 2023.

É o primeiro instituto alemão a prever uma queda do PIB no próximo ano.

O IFO prevê uma recessão técnica no primeiro trimestre de 2023, com queda de 0,4% no PIB, após queda de 0,2% no quarto trimestre de 2022.

No domingo, o presidente do Banco Central alemão, Joachim Nagel, divulgou uma previsão semelhante e declarou que uma recessão era "possível" já no final deste ano e início de 2023.

"Há um certo número de elementos" que apontam para essa hipótese, disse ele na rádio pública.

De acordo com o IFO, a situação poderá "normalizar" em 2024 com um "crescimento de 1,8%".

"Estamos caminhando para uma recessão de inverno", resumiu Timo Wollmershäuser, diretor de estudos conjunturais deste instituto.

Quanto à inflação, ela deve chegar a 9,3% no próximo ano, após atingir 8,1% em 2022, segundo a agência.

O Bundesbank prevê inflação em alta de "mais de 10%" em dezembro e em "mais de 6%" em 2023.

A invasão russa da Ucrânia e as sanções impostas pela União Europeia a Moscou fizeram com que o gigante russo Gazprom reduzisse drasticamente suas entregas de gás para a Alemanha.

A companhia chegou até cortar completamente o fornecimento em setembro.

A Alemanha, altamente dependente do gás russo, agora precisa procurar outros fornecedores muito mais caros.

Além disso, manterá duas centrais nucleares de prontidão até 2023, em uma mudança de rota considerada necessária para lidar com uma possível escassez de energia.

Esta situação fez disparar o preço do gás e da eletricidade no país, que já estava muito alto em plena recuperação econômica após a pandemia de covid-19.

Na sexta-feira passada, a Gazprom anunciou que o gasoduto Nord Stream, vital para o abastecimento da Europa, manteria as torneiras fechadas devido a um problema na turbina.

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