O governo se comprometeu a ajudar as empresas durante a crise do coronavírus (Sean Gallup/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de março de 2020 às 12h22.
O governo da Alemanha se comprometeu a gastar o que for necessário para amenizar o impacto econômico do coronavírus. O objetivo do país europeu é garantir que as empresas tenham liquidez suficiente para enfrentar a crise desencadeada pelo surto, disseram nesta sexta-feira, 13, os Ministérios das Finanças e da Economia, em comunicado conjunto.
O ministro das Finanças, Olaf Scholz, disse que não haverá limite para o dinheiro disponível e que a Alemanha pode precisar assumir dívidas adicionais para financiar a onda de gastos.
Inicialmente, o pacote contempla uma ajuda de pelo menos 460 bilhões de euros. "Temos força financeira para lidar com essa crise", disse Scholz em entrevista coletiva em Berlim. "Há dinheiro suficiente e estamos implantando (esse plano). Estamos usando todas as medidas necessárias para proteger trabalhadores e empresas."
Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, prometeu flexibilidade máxima nas regras fiscais e auxílio estatal do bloco para permitir que os países prestem ajuda a empresas e trabalhadores atingidos.
As ações de Berlim e de Bruxelas sinalizam um aumento dramático da preocupação, após uma semana em que os líderes europeus foram avisados de que podem enfrentar um colapso econômico parecido com o de 2008, a menos que tomem medidas decisivas. Os mercados despencaram na quinta-feira, 12, quando o pacote de ajuda do Banco Central Europeu decepcionou os investidores.
Por sua vez, a União Europeia (UE) anunciou um pacote emergencial de 37 bilhões de euros, utilizando "toda a flexibilidade prevista na estrutura fiscal", para financiar medidas urgentes de combate ao novo coronavírus e seus impactos econômicos.
Além disso, a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula Von der Leyen, em coletiva de imprensa, ressaltou que a entidade está pronta para ativar uma medida emergencial de crise que suspende a necessidade de os governos reduzirem os déficits fiscais, caso a conjuntura se agrave.
"Nossa prioridade é que todas as companhias tenham a liquidez necessária", afirmou Ursula, para quem os governos devem aumentar seus gastos para apoiar as economias e o sistema de saúde. "Precisamos ajudar a Itália a superar essa crise."
As medidas fiscais foram anunciadas um dia depois de o BCE decepcionar o mercado. Embora tenha proposto um aumento das compras de bônus e uma nova rodada de empréstimos de longo prazo a autoridade contrariou as expectativas e não reduziu as taxas básicas de juros do bloco. (por Agências Internacionais).