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Alemanha limita acesso de pessoas sem dose de reforço a bar e restaurante

O chanceler Olaf Scholz e os 16 governadores se reuniram nesta sexta-feira, 7, para discutir as novas medidas de contenção do novo coronavírus

As decisões de agora se basearam nas restrições introduzidas logo após o Natal, que limitavam as reuniões privadas a dez pessoas e fechavam efetivamente boates (Bernd von Jutrczenka/Getty Images)

As decisões de agora se basearam nas restrições introduzidas logo após o Natal, que limitavam as reuniões privadas a dez pessoas e fechavam efetivamente boates (Bernd von Jutrczenka/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 19h57.

Última atualização em 7 de janeiro de 2022 às 20h17.

Para conter o avanço da variante ômicron do novo coronavírus, a Alemanha decidiu endurecer as regras para acesso a bares e restaurantes. Por outro lado, o período de quarentena será encurtado em alguns casos.

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O chanceler Olaf Scholz e os 16 governadores se reuniram nesta sexta-feira, 7, para discutir as novas medidas de contenção do novo coronavírus. As decisões de agora se basearam nas restrições introduzidas logo após o Natal, que limitavam as reuniões privadas a dez pessoas e fechavam efetivamente boates.

Há algum tempo, as pessoas já são obrigadas a apresentar comprovante de vacinação completa ou de recuperação para entrar em restaurantes e bares — bem como em muitas lojas, teatros e cinemas não essenciais. Agora, os clientes terão de mostrar que receberam a dose de reforço. Caso tenham apenas as duas doses, também será necessário apresentar um teste negativo.

"Metade da população receberá o reforço em alguns dias e poderá ir a restaurantes sem fazer o teste", disse a prefeita de Berlim Franziska Giffey. "Este é um incentivo extra para que as pessoas toma os reforços."

Ainda assim, o estado de Saxônia-Anhalt, no leste, disse que não iria introduzir a nova regra por enquanto, porque seus casos ainda envolvem a variante delta, e a Baviera disse que está cética.

Reduzir a quarentena

Scholz e os governadores também concordaram em reduzir o período de quarentena, que atualmente é de 14 dias. A decisão agora reduz esse período para dez dias caso a pessoa não apresente mais sintomas. Isso pode reduzir ainda para sete dias se o paciente apresentar um teste negativo

Além disso, as pessoas que receberam suas doses de reforço estão isentas da quarentena após terem contato com casos de covid-19. O mesmo vale para quem está totalmente vacinado ou se recuperarou da doença nos últimos três meses.

"Essas são regras rígidas, mas são pragmáticas e significam um afrouxamento das regras atuais", disse Scholz. O governo federal também disse que o uso de máscaras de proteção do tipo PFF2 em lojas e no transporte público é "recomendado com urgência".

A situação da covid-19 na Alemanha tem estado nebulosa nas últimas duas semanas devido a testes muito irregulares e notificações lentas durante o período de férias. Números oficiais, que as autoridades reconheceram que ainda não mostram o quadro completo, mostraram um aumento constante na taxa de infecção na semana passada.

Na sexta-feira, o centro nacional de controle de doenças, o Instituto Robert Koch, relatou uma taxa oficial de 303,4 novos casos por 100 mil residentes nos últimos sete dias. Nas últimas 24 horas, foram registrados 56.335 novos casos. A ômicron agora é responsável por 44% das infecções segundo o instituto em seu relatório semanal.

Vacinação obrigatória perde força

Em um revés para o novo chanceler alemão, a discussão sobre tornar a vacinação obrigatória perde força na Alemanha. O primeiro debate parlamentar agendado para a próxima semana foi adiado para o final de janeiro. Há poucas propostas concretas e nenhum texto foi formulado.

Além disso, o grupo parlamentar do Partido Social-Democrata (SPD), que é majoritário, não espera que o processo legislativo termine antes do final de março. Scholz, havia dito em novembro, antes de chegar ao poder, que o processo teria início em 2021.

A vacinação obrigatória sequer é mencionada no anteprojeto que serve de base para a reunião desta sexta-feira entre o governo e as regiões.

Outro obstáculo é o lançamento de um cadastro de vacinação centralizado pelo governo, uma questão delicada em um país que continua traumatizado pela vigilância em massa implementada pelas autoridades, primeiro durante o nazismo e depois na Alemanha Oriental.

Esta questão é tema de divisão na nova coalizão de governo, formada pelo SPD, ambientalistas e o liberal FDP, uma vez que este último tem reservas quanto à vacinação obrigatória. Diante do problema, defendem a "liberdade de consciência individual".

"A proteção da saúde é um bem precioso, mas o bem mais precioso de nossa Constituição é, e continuará a ser, a liberdade", disse Christian Lindner, líder da formação e atual ministro das Finanças, na quinta-feira, 6.

O FDP prefere esperar para ver como a epidemia evolui com a variante ômicron, que é menos perigosa que a delta, mas mais contagiosa, segundo estudo da agência de saúde britânica. Em breve, essa variante se tornará prevalente na Alemanha.

"Se entre fevereiro e março os índices mostrarem que a vacinação obrigatória implica um claro aumento da liberdade de circulação para todos nós, então vamos defender essa solução", avaliou o ministro da Justiça, o político liberal Marco Buschmann. "Se, em vez disso, a vacinação ajudar por dois ou três meses, mas tudo continuar como antes, seria um argumento contra a vacinação obrigatória."

Os legisladores liberais anunciaram que preparam uma contraproposta que descartaria o recurso à obrigatoriedade. No entanto, a partir de março, a vacina será obrigatória para profissionais da saúde.

As manifestações — que reúnem centenas de pessoas que se opõem a esta política, mas também críticos das restrições que já estão em vigor — agrupam cada vez mais pessoas e algumas delas levam a distúrbios. Na Alemanha, apenas 71,6% da população possui um esquema de vacinação completo.

Na Saxônia, a polícia apreendeu armas no final de dezembro, depois que um político foi ameaçado de morte por grupos antivacinas. (Com agências internacionais)

 

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