Prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outras autoridades colocam flores em vestígios do Muro de Berlim (Reuters/Fabrizio Bensch)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2014 às 09h42.
A Alemanha iniciou neste domingo os festejos para celebrar o 25º aniversário da queda do Muro de Berlim e homenager todos que, em novembro de 1989, ajudar a derrubar a ditadura do leste alemão.
É o cidadão que se encontra no centro das comemorações sob o lema "Valor da Liberdade", ao contrário do 20º aniversário, que concentrou-se nos chefes de Estado e de Governo de todo o mundo.
Desde cedo, os visitantes começaram a se reunir ao redor de standes de vinho quente e de salsichas ante o simbólico Portão de Brandeburgo, situado no leste quando a cidade foi dividida.
Uma grande festa popular contará com orquestra clássica, estrlas do rock e ex-dissidente políticos.
O fundado do grupo Genesis, Peter Gabriel, interpretará "Heroes", canção composta por David Bowie quando morava em Berlim Ocidental.
O dia começou com uma missa na Capela da Reconciliação, construída na "Faixa da Morte", que separava os dois lados da cidade. Uma breve cerimônia oficial do governo alemão foi realizada sob o céu nublado e um frio penetrante, que não afugentou as dezenas de pessoas presentes.
Representantes de movimentos civis fizeram uso da palavra, enquanto que a chanceler alemã Angela Merkel e outros participantes colocaram rosas nos vestígios do Muro, para recordar os alemães orientais que tentaram fugir da ex-RDA.
"Durou muito tempo e muita gente teve de sofrer antes que fosse possível abrir o Muro", afirmou à imprensa a chanceler, que cresceu na ex-RDA e cuja carreira política começou graças aos acontecimentos de há 25 anos.
"E não apenas na Alemanha, também na Polônia, Hungria, Tchecoslováquia e em muitos outros países, e hoje temos de pensar nisso", acrescentou.
Durante uma recepção na noite de sábado, Merkel destacou que a "a necessidade humana de liberdade não pode ser sufocada eternamente".
Mais de um milhão de visitantes alemães e estrangeiros são esperados em Berlim neste fim de semana para comemorar o evento que pôs fim à Guerra Fria e permitiu a reunificação da Alemaha e da Europa, segundo estimativas de órgãos de turismo.
Milhares deles percorreram os 15 km de extensão do Muro, um itinerário decorado desde sexta-feira com 6.900 balões luminosos.
A cerimônia de soltura desta chamada "Fronteira de Luz", como se chama o projeto dos balões e que acontecerá às 19H15 local (16H15 de Brasília), c de esta "Fronteira de luz", será ao som de Ode à Alegria, de Beethoven, hino da União Europeia. Este será o auge das comemorações.
Benjamin Nemerofsky, um artista canadense de 41 anos que vive em Berlim desde 2001, percorreu a barreira feita por balões. "A queda do Muro mudou muitas coisas na Europa, na Alemanha e em Berlim. Esta é uma cidade em que se pode ver a história do século XX em cada canto. É fascinante", declarou.
Tradicional visitante de Berlim em todo 9 de novembro, o último dirigente da URSS, Mikhail Gorbachev, de 83 anos, considerado uma grande figura da reunificação alemã, afirmou no sábado, em uma mesa redonda, que o mundo "está à beira de uma nova Guerra Fria". "Alguns dizem que já começou", sentenciou.
Em 9 de novembro de 1989, depois de semanas de manifestações em massa de alemães orientais exigindo mais liberdade, o regime comunista anunciou inesperadamente que seus cidadãos poderiam viajar para o exterior a partir de então.
Horas mais tarde, os guardas da fronteira de Berlim Oriental abriram o Muro.
O 9 de novembro é, além disso, uma data muito simbólica para os alemães, já que marca o aniversário do terrível pogrom "Noite dos Cristais Quebrados", realizado pelos nazistas em 1938.