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Alemanha adota plano de US$ 100 bi até 2014

Governo vai fazer os cortes em gastos sociais, como indenização a desempregados de longa data e auxílio aos pais

Além dos cortes na área social, o governo alemão também vai diminuir o orçamento da Defesa e criar um imposto sobre vaigens de avião para o exterior (Arquivo/AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2010 às 11h40.

Berlim - O governo da chanceler Angela Merkel adotou nesta quarta-feira um plano de austeridade de 80 bilhões de euros (100 bilhões de dólares) até 2014 para sanear as finanças públicas, abaladas pela crise, que afetará as indústrias e as pessoas desempregadas há mais tempo.

O plano adotado pelo conselho de ministros do governo conservador-liberal prevê cortes nos gastos sociais, em particular na indenização aos desempregados de muito tempo ou no auxílio às famílias com filhos.

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Também inclui cortes no orçamento de Defesa e a criação de um imposto sobre as passagens de avião com saída da Alemanha, que deve representar um bilhão de euros por ano e que foi muito criticado tanto pelas companhias aéreas como pelo aeroportos.

As empresas instaladas na Alemanha participarão no ajuste com um aumento da fiscalização ecológica e uma reforma da legislação sobre falências.

A chanceler Angela Merkel havia apresentado o programa de austeridade em junho.

Além de buscar uma adequação aos critérios orçamentários europeus (que permitem um déficit máximo anual de 3% do PIB), Merkel quer estabelecer as bases para que o governo possa cumprir o novo teto de endividamento imposto pela Constituição e que entrará em vigor em 2016.

O plano foi muito criticado dentro e fora do país - em particular nos Estados Unidos -pelos potenciais efeitos negativos sobre a recuperação econômica.


A oposição social-democrata afirma que os projetos do governo são "antissociais" porque punem principalmente os mais desprotegidos, mas o debate internacional sobre um plano alemão que foi chamado de "prematuro, muito rápido e rigoroso" "acabou", afirmou o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.

A maioria dos países europeus, tanto os periféricos - Grécia ou Espanha - como os grandes - Itália, França ou Grã-Bretanha -, foi obrigada a anunciar medidas de ajuste orçamentário.

"Na Alemanha, um dos maiores obstáculos para o crescimento econômico é a crescente incerteza das pessoas quanto ao déficit", explicou Schäuble.

O país recuperou o caminho do crescimento e no segundo trimestre do ano registrou uma alta espetacular de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que levou o ministro da Economia, Rainer Brüderle, repetir nesta quarta-feira que a recuperação alemã é de tamanho "extra grande".

Mas o grande desempenho não mudou as ideias de Angela Merkel sobre a necessidade de um ajuste.

"Ainda há um bom trecho de caminho pela frente para recuperar os níveis anteriores à crise", justificou Brüderle, que provocou um retrocesso de 4,7% do PIB alemão no ano passado.

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