Reduto republicano, Alabama vive uma eleição apertada
ÀS SETE - Denúncias de abusos sexuais contra menores pode acabar com a hegemonia de mais de 20 anos dos republicanos em um estado conservador
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 06h27.
Última atualização em 12 de dezembro de 2017 às 07h20.
Esta terça-feira é dia de mais uma eleição nos Estados Unidos . A de hoje elege um senador que será o substituto de Jeff Sessions, indicado por Donald Trump para ser o procurador-geral da República.
Sessions foi senador pelo Alabama por 20 anos, um estado profundamente republicano, que deu vitória a Trump por 28 pontos no ano passado e que há 25 anos só elege republicanos para o cargo.
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Mas neste ano as pesquisas apontam para um resultado bastante apertado. O candidato que teria tudo para ganhar num estado tipicamente conservador é o republicano Roy Moore. Teria.
Moore é acusado por nove mulheres de estupro e assédio sexual. Uma delas afirmou que ele a teria atacado aos 14 anos, quando Moore tinha 32 anos e era advogado assistente do distrito de Etowah, no norte do Alabama.
Moore negou vorazmente as acusações e afirmou que a mídia estava trabalhando com os democratas para derrubá-lo.
Moore, um conservador típico, é contra a imigração e também contra direitos da população LGBT. No Alabama seu apoio ainda é grande com a população branca e cristã.
O presidente Trump — também acusado por três mulheres de assédio — o apoiou abertamente e a maioria do partido Republicano não foi contrária à candidatura. Apesar disso, outro senador do estado, Richard Shelby, também republicano, disse que não poderia dar seu voto a Moore.
“O Alabama merece coisa melhor”, disse. Shelby chegou a afirmar que já é considerada uma investigação no Senado caso Moore seja eleito.
Na outra ponta, o concorrente democrata Doug Jones trabalha para levar a população negra do Alabama às urnas e espera contar com o apoio de comerciantes e donos de negócio no estado, preocupados com a reputação do Alabama diante de uma vitória de Moore.
A um dia do pleito, as pesquisas eram inconclusivas: uma realizada pela rede de TV Fox News mostrava Jones 10 pontos percentuais na frente; outra, de autoria da Universidade Emerson, dava a dianteira, com nove pontos, para Moore. Com a margem de erro, no aglomerado das pesquisas, os dois estão virtualmente empatados.
Todos os anos a revista Time escolhe uma pessoa influente para ser a pessoa do ano. Em 2017, essa pessoa foi The Silence Breakers, as que quebraram com o silêncio, numa tradução livre.
Um reconhecimento da importância social e do impacto que as denúncias de centenas de mulheres, e alguns homens, trouxeram quando resolveram não mais tolerar os ataques de seus algozes. Entre elas as que se levantaram contra Moore.
Hoje, a luta iniciada por essas mulheres ganha um novo capítulo.