Cairo - O presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram nesta terça-feira no Cairo um memorando de entendimento para a construção da primeira usina nuclear do Egito, que será instalada em Dabaa, no norte do país.

Em entrevista coletiva conjunta realizada no palácio presidencial de El-Quba, na capital egípcia, os líderes anunciaram o acordo, embora o presidente russo, em visita oficial ao país, tenha dito que a usina será construída se ambas as partes alcançarem "decisões definitivas".

Putin disse ainda que a parceria russa ajudará a criação do projeto em sua totalidade, incluindo a construção da estação, o treinamento de funcionários e as pesquisas científicas.

Os presidentes assinaram uma série de acordos bilaterais durante a reunião com a intenção de facilitar a troca comercial e a cooperação em matéria energética, sobretudo no tocante ao uso pacífico da energia nuclear, que o Egito precisa para satisfazer suas necessidades de desenvolvimento e na qual Rússia conta com uma "grande experiência", segundo Al Sisi.

Al Sisi informou que Putin pretende impulsionar os investimentos russos no Egito e a participação de seu país na conferência internacional prevista para março para ajudar à economia egípcia.

"Vemos na Rússia um amigo estratégico e uma conquista verdadeira para nossas relações estrangeiras equilibradas", disse Al Sisi.

Por sua vez, Putin destacou que a troca comercial entre os dois países cresceu 70% no ano passado pela cooperação "intensa" em produtos agrícolas e no setor energético.

Apenas em 2014, a Rússia exportou mais de 1,4 milhão de toneladas de produtos derivados do petróleo.

O presidente russo acrescentou que atualmente há 400 empresas de seu país no Egito e que no ano passado três milhões de turistas estiveram em terras egípcias, um aumento de 50% com relação ao ano anterior, devido à "estabilidade política no país liderada pelo presidente Al Sisi".

O presidente russo chegou ontem ao Cairo para uma visita de dois dias na qual pretende reforçar as relações com o líder egípcio, dez anos após sua última viagem a este país.