Exame Logo

AL e Caribe pedem a Obama que acelere fim do embargo a Cuba

Embargo só pode ser revogado pelo Congresso dos EUA, mas os republicanos, que controlam a Câmara e o Senado, deixaram claro que não vão aprovar a sua remoção

Embargo só pode ser revogado pelo Congresso dos EUA, mas os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados e o Senado, deixaram claro que não vão aprovar a sua remoção (Architect of the Capitol/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 09h22.

San José - As nações da América Latina e do Caribe fizeram um apelo ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, para que suspenda o embargo econômico contra Cuba , depois que ambos os países decidiram no mês passado restabelecer as relações diplomáticas, pondo fim a meio século de hostilidades.

Presidentes e representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) apoiaram o presidente cubano, Raúl Castro, que pediu a Obama, na quarta-feira, que use seus poderes presidenciais para suavizar as sanções econômicas impostas em 1961, sem precisar do apoio do Congresso.

"(Queremos) reafirmar o nosso apelo ao governo dos EUA para pôr fim ao bloqueio... e exortar o presidente dos Estados Unidos, dessa forma, a utilizar os seus poderes executivos amplos para modificar substancialmente o bloqueio", assinalou, na quinta-feira à noite, a declaração final da cúpula, que reuniu 33 dos 35 países do continente, excluindo os EUA e Canadá.

O presidente do Equador, que assumiu a presidência rotativa da Celac e cujo governo é um dos mais fiéis aliados da ilha, disse que ainda faltam medidas, além do restabelecimento das relações diplomáticas.

"Estamos satisfeitos com a promessa de restauração plena de relações diplomáticas... No entanto, nesse horizonte de esperança não devemos esquecer que Cuba continua a sofrer de uma série de ações ilícitas contra a sua soberania e o direito internacional", disse Correa.

Com o apoio total da região, Raúl vai participar da Cúpula das Américas, marcada para abril, no Panamá, onde ele poderia se encontrar cara a cara com Obama e expressar suas demandas, incluindo o retorno da base naval de Guantánamo ao controle de Cuba e a reparação de danos devido ao bloqueio.

O embargo só pode ser revogado pelo Congresso dos EUA, mas os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados e o Senado, deixaram claro que não vão aprovar a sua remoção.

No entanto, as novas regras emitidas pelos Departamentos de Comércio e Tesouro permitirão exportações norte-americanas para Cuba nas áreas de telecomunicações, agricultura e construção, ampliam as possibilidades de viagem e autorizam certos tipos de relações bancárias, entre outras vantagens.

“Essa medida coercitiva, sem amparo no direito internacional, que afeta o bem-estar do povo cubano e prejudica o desenvolvimento do país, deve, tenho certeza, do ponto de vista de todos os países aqui representados, ser superada”, disse a presidente Dilma Rousseff na cúpula da Celac.

A Celac, criada em 2010 como um espaço de diálogo alternativo à Organização dos Estados Americanos (OEA), estabeleceu a meta de eliminar a pobreza nos próximos cinco anos, apesar da desaceleração econômica motivada pela queda do preço do petróleo e de outras matérias-primas que impulsionaram um robusto crescimento da região durante a última década.

Desde 2012 "não conseguiu reduzir o índice de 28 por cento de pobreza, e a extrema pobreza aumentou 12 por cento devido aos preços mais altos dos alimentos", alertou Alicia Barcenas, chefe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que prevê uma expansão regional de 2,2 por cento este ano, a mais baixa em cinco anos.

Veja também

San José - As nações da América Latina e do Caribe fizeram um apelo ao presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, para que suspenda o embargo econômico contra Cuba , depois que ambos os países decidiram no mês passado restabelecer as relações diplomáticas, pondo fim a meio século de hostilidades.

Presidentes e representantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) apoiaram o presidente cubano, Raúl Castro, que pediu a Obama, na quarta-feira, que use seus poderes presidenciais para suavizar as sanções econômicas impostas em 1961, sem precisar do apoio do Congresso.

"(Queremos) reafirmar o nosso apelo ao governo dos EUA para pôr fim ao bloqueio... e exortar o presidente dos Estados Unidos, dessa forma, a utilizar os seus poderes executivos amplos para modificar substancialmente o bloqueio", assinalou, na quinta-feira à noite, a declaração final da cúpula, que reuniu 33 dos 35 países do continente, excluindo os EUA e Canadá.

O presidente do Equador, que assumiu a presidência rotativa da Celac e cujo governo é um dos mais fiéis aliados da ilha, disse que ainda faltam medidas, além do restabelecimento das relações diplomáticas.

"Estamos satisfeitos com a promessa de restauração plena de relações diplomáticas... No entanto, nesse horizonte de esperança não devemos esquecer que Cuba continua a sofrer de uma série de ações ilícitas contra a sua soberania e o direito internacional", disse Correa.

Com o apoio total da região, Raúl vai participar da Cúpula das Américas, marcada para abril, no Panamá, onde ele poderia se encontrar cara a cara com Obama e expressar suas demandas, incluindo o retorno da base naval de Guantánamo ao controle de Cuba e a reparação de danos devido ao bloqueio.

O embargo só pode ser revogado pelo Congresso dos EUA, mas os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados e o Senado, deixaram claro que não vão aprovar a sua remoção.

No entanto, as novas regras emitidas pelos Departamentos de Comércio e Tesouro permitirão exportações norte-americanas para Cuba nas áreas de telecomunicações, agricultura e construção, ampliam as possibilidades de viagem e autorizam certos tipos de relações bancárias, entre outras vantagens.

“Essa medida coercitiva, sem amparo no direito internacional, que afeta o bem-estar do povo cubano e prejudica o desenvolvimento do país, deve, tenho certeza, do ponto de vista de todos os países aqui representados, ser superada”, disse a presidente Dilma Rousseff na cúpula da Celac.

A Celac, criada em 2010 como um espaço de diálogo alternativo à Organização dos Estados Americanos (OEA), estabeleceu a meta de eliminar a pobreza nos próximos cinco anos, apesar da desaceleração econômica motivada pela queda do preço do petróleo e de outras matérias-primas que impulsionaram um robusto crescimento da região durante a última década.

Desde 2012 "não conseguiu reduzir o índice de 28 por cento de pobreza, e a extrema pobreza aumentou 12 por cento devido aos preços mais altos dos alimentos", alertou Alicia Barcenas, chefe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que prevê uma expansão regional de 2,2 por cento este ano, a mais baixa em cinco anos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCaribeCubaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame