'Meu trabalho é alertar o mundo, e foi isso que fiz', disse Yukiya Amano, da AIEA (Samuel Kubani/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 07h38.
Berlim - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, exigiu que os inspetores de seu escritório que viajarão ao Irã no fim deste mês tenham acesso livre a todas as usinas nucleares, inclusive às que possam ter fins militares.
'Queremos verificar tudo o que possa ter uma dimensão militar', afirma Amano em declarações publicadas nesta quinta-feira no diário 'Financial Times Deutschland', nas quais ressalta que o êxito da missão depende unicamente da disposição das autoridades iranianas em cooperar.
Amana assinala ainda não ter 'motivo algum para arrepender-se' do relatório que a AIEA publicou em novembro com duras críticas e acusações contra o Irã por seu controverso programa nuclear, no qual assegura que o país asiático trabalhou, pelo menos até 2010, no desenvolvimento de armas atômicas.
'Meu trabalho é alertar o mundo, e foi isso que fiz', disse Amano, que rejeita também as acusações de arbitrariedade feitas pelo Irã contra ele, e destaca que sua instituição 'não ouve uma só fonte, mas dedica-se milhares de horas a comparar e verificar informações.
Embora reconheça que não há uma imagem global do programa nuclear iraniano, assegura que 'o que sabemos indica que provavelmente se trabalha no desenvolvimento de armas atômicas'.
Por fim, o diretor-geral da AIEA rejeita que sua instituição tenha algum tipo de participação no atentado que matou o cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi Roshan.
'Não acredito na violência. Acredito no diálogo e na cooperação. Só espero que o Irã coopere', assinala Yukiya Amano.