A demanda da China por gás natural deve aumentar até 2035 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2011 às 15h04.
Paris - O gás natural, abundante e mais barato que outras fontes energéticas, pode viver uma "era de ouro" graças a uma ambiciosa política da China, no momento em que alguns países estão cortando os investimentos na energia nuclear, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE) publicadas em um informe nesta segunda-feira.
O gás, que hoje já representa 21% da matriz energética mundial, deve atingir um quarto da demanda de energia no mundo até 2035, segundo o presidente da AIE, Nobuo Tanaka, citado no comunicado.
"Temos observado um notável desenvolvimento dos mercados de gás nos últimos meses. Existe um forte potencial para que (esta fonte de energia) tenha um papel cada vez mais importante, e também para que o gás se diversifique e melhore a segurança energética", destacou.
A demanda da China, em particular, deve aumentar com força até 2035, já ultrapassou o nível de Alemanha em 2010 e deve atingir os números de toda a União Europeia em 2035, prevê a AIE, iniciando assim um cenário de "era do ouro" para o gás.
Para suprir a demanda, a produção anual de gás deverá aumentar em 1,8 quatrilhão de metros cúbicos, o equivalente ao triplo da produção atual da Rússia.
Quanto à oferta, os recursos são importantes e bem divididos geograficamente, garante a Agência, braço da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O mundo tem gás o suficiente para suprir por 75 anos a demanda no ritmo de consumo atual.
No entanto o gás natural, ainda que seja uma energia fóssil "mais limpa (que o petróleo)", "ainda é uma energia fóssil" que emite gases de efeito estufa e poderia aumentar a temperatura média da Terra em mais de 3,5° C, lembra a AIE.
Uma crescente utilização do gás poderia, no entanto, estimular o desenvolvimento de energias de pouca emissão de CO2, principalmente as renováveis, no momento em que a AIE já prevê uma redução do papel da energia nuclear na matriz energética mundial após o acidente na central nuclear de Fukushima, no Japão.