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Anistia teme que Kim Jong-un intensifique repressão na Coreia do Norte

A Anistia Internacional apontou que no último ano as autoridades do regime executaram 'centenas de pessoas vistas como uma ameaça para a sucessão'

Kim Jong-Il (D) e o pai Kim Il-Sung (E) em foto de 1992 em Pyongyang: Em 1994, quando Kim Jong-il assumiu o poder após morte de seu pai, milhares de pessoas foram presas sem julgamento, segundo a AI
 (KNS/AFP)

Kim Jong-Il (D) e o pai Kim Il-Sung (E) em foto de 1992 em Pyongyang: Em 1994, quando Kim Jong-il assumiu o poder após morte de seu pai, milhares de pessoas foram presas sem julgamento, segundo a AI (KNS/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 19h01.

Londres - A Anistia Internacional (AI) afirmou nesta segunda-feira que a morte de Kim Jong-il abrirá uma oportunidade para melhorar 'o histórico catastrófico dos direitos humanos' na Coreia do Norte, apesar de que seu sucessor, Kim Jong-un, possivelmente deverá intensificar a repressão.

A AI apontou que no último ano as autoridades do regime comunista executaram ou enviaram para campos de concentração 'centenas de pessoas vistas como uma ameaça para a sucessão de Kim Jong-un, filho mais novo do falecido líder Kim Jong-il'.

'As informações do último ano indicam que Kim Jong-un e seus partidários vão tratar de consolidar o novo mandato intensificando a repressão e diminuindo qualquer possibilidade de oposição', indicou Sam Zarifi, responsável de Anistia na área da Ásia-Pacífico.

Segundo Zarifi, 'Kim Jong-il, assim como seu pai, deixou milhões de norte-coreanos na pobreza, sem acesso aos alimentos e a saúde, e com milhares de pessoas aprisionadas em brutais campos de concentração'.

Anistia Internacional lembra que em 1994, quando Kim Jong-il assumiu o poder após morte de seu pai - Kim II-sung, o fundador do regime norte-coreano -, milhares de pessoas foram presas, sendo que os opositores políticos foram executados 'em segredo ou publicamente, isso após julgamentos injustos e, inclusive, sem julgamentos'.


A AI reivindicou a melhora da situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, com a imediata libertação dos presos políticos, o fim da tortura e das execuções sumárias e garantias para a liberdade de expressão e religião no país.

Ao mesmo tempo, a organização defensora dos direitos civis, com sede em Londres, pediu ao Governo norte-coreano e aos doadores internacionais que garantam alimentos aos mais necessitados no país comunista, onde quase um milhão de pessoas morreram desde os anos 90 por falta de comida.

'A população da Coreia do Norte não deveria sofrer mais privações por causa da incerteza política', assinalou AI, que insistiu em que um terço da população da Coreia do Norte sofre com a falta de alimentos e possuem problemas para receber saneamento básico.

'Anistia Internacional recebeu relatórios de gente que sobrevive comendo erva e cortiças de árvore, sobre o uso de seringas não esterilizadas e sobre muitas cirurgias realizadas sem anestesia', completou a associação. 

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