AI denúncia perseguição de etnia na Etiópia
A Anistia Internacional denunciou perseguição e torturas que sofrem os oromos, membros do grupo étnico mais numeroso do país africano
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2014 às 12h26.
Nairóbi - Anistia Internacional (AI) denunciou nesta terça-feira a perseguição "sem piedade" e as torturas que sofrem os oromos, membros do grupo étnico mais numeroso da Etiópia , por parte do governo do país.
Em um relatório publicado hoje, a organização documenta como os oromos sofreram com regularidade "detenções arbitrárias, desaparições forçadas, torturas e assassinatos ilegais por parte do Estado".
A perseguição aos oromos é parte de uma campanha do governo para achatar "a dissidência" deste grupo étnico, que representa 40% da população da Etiópia, mas que esteve historicamente marginado.
"A repressão implacável do governo etíope contra a dissidência real ou imaginária entre os oromos é brutal", disse a investigadora da AI para a Etiópia Claire Beston.
Pelo menos cinco mil oromos foram detidos entre 2011 e 2014, a maioria acusada de apoiar à Frente de Libertação de Oromo (OLF, em inglês), um movimento separatista que o Executivo de Adis-Abeba incluiu em sua lista de grupos terroristas em 2010.
Entre os detidos durante estes anos figuram manifestantes, estudantes, membros de partidos da oposição e os defensores da cultura oromo, denunciou a organização defensora dos direitos humanos.
Os familiares dos suspeitos também foram perseguidos, sob a alegação de que pudessem compartilhar opiniões com os detidos.
Conforme o relatório da AI, muitos dos detidos permaneceram presos e foram submetidos a torturas regularmente, enquanto dezenas de dissidentes "reais ou fictícios" foram assassinados. Em abril e maio de 2014, as forças de segurança etíopes dispararam munição real durante uma série de protestos na região de Oromia (a maior do país, distribuída entre o centro-oeste e o sul), e causaram a morte de dezenas de manifestantes pacíficos.
"Estes incidentes não foram nada incomum em Oromia", afirmou Claire Beston, que acrescentou que é necessário que o governo da Etiópia ponha fim aos "vergonhosos ataques a milhares de oromos, baseados unicamente em sua opinião política real ou suposta".
O relatório divulgado hoje pela AI apresenta depoimentos de diferentes oromos que sofreram as frequentes torturas às que o governo submete os detidos. Muitos deles perderam dedos, orelhas ou dentes.
Um professor contou como foi apunhalado no olho com uma baioneta porque se negou a divulgar entre seus alunos a propaganda do partido político no poder.
Já uma jovem relatou como os militares colocaram brasa ardendo em seu estômago enquanto estava detida em um acampamento militar porque seu pai era suspeito de apoiar à Frente de Libertação Oromo.
Entre os métodos de tortura estão surras, choques elétricos, simulações de execução, a queima com metal quente ou plástico fundido e estupros, relataram os ex-prisioneiros.
A Anistia Internacional destaca que estas violações dos direitos humanos aumentarão nos próximos meses, já que as eleições gerais da Etiópia acontecerão em 2015.
Nairóbi - Anistia Internacional (AI) denunciou nesta terça-feira a perseguição "sem piedade" e as torturas que sofrem os oromos, membros do grupo étnico mais numeroso da Etiópia , por parte do governo do país.
Em um relatório publicado hoje, a organização documenta como os oromos sofreram com regularidade "detenções arbitrárias, desaparições forçadas, torturas e assassinatos ilegais por parte do Estado".
A perseguição aos oromos é parte de uma campanha do governo para achatar "a dissidência" deste grupo étnico, que representa 40% da população da Etiópia, mas que esteve historicamente marginado.
"A repressão implacável do governo etíope contra a dissidência real ou imaginária entre os oromos é brutal", disse a investigadora da AI para a Etiópia Claire Beston.
Pelo menos cinco mil oromos foram detidos entre 2011 e 2014, a maioria acusada de apoiar à Frente de Libertação de Oromo (OLF, em inglês), um movimento separatista que o Executivo de Adis-Abeba incluiu em sua lista de grupos terroristas em 2010.
Entre os detidos durante estes anos figuram manifestantes, estudantes, membros de partidos da oposição e os defensores da cultura oromo, denunciou a organização defensora dos direitos humanos.
Os familiares dos suspeitos também foram perseguidos, sob a alegação de que pudessem compartilhar opiniões com os detidos.
Conforme o relatório da AI, muitos dos detidos permaneceram presos e foram submetidos a torturas regularmente, enquanto dezenas de dissidentes "reais ou fictícios" foram assassinados. Em abril e maio de 2014, as forças de segurança etíopes dispararam munição real durante uma série de protestos na região de Oromia (a maior do país, distribuída entre o centro-oeste e o sul), e causaram a morte de dezenas de manifestantes pacíficos.
"Estes incidentes não foram nada incomum em Oromia", afirmou Claire Beston, que acrescentou que é necessário que o governo da Etiópia ponha fim aos "vergonhosos ataques a milhares de oromos, baseados unicamente em sua opinião política real ou suposta".
O relatório divulgado hoje pela AI apresenta depoimentos de diferentes oromos que sofreram as frequentes torturas às que o governo submete os detidos. Muitos deles perderam dedos, orelhas ou dentes.
Um professor contou como foi apunhalado no olho com uma baioneta porque se negou a divulgar entre seus alunos a propaganda do partido político no poder.
Já uma jovem relatou como os militares colocaram brasa ardendo em seu estômago enquanto estava detida em um acampamento militar porque seu pai era suspeito de apoiar à Frente de Libertação Oromo.
Entre os métodos de tortura estão surras, choques elétricos, simulações de execução, a queima com metal quente ou plástico fundido e estupros, relataram os ex-prisioneiros.
A Anistia Internacional destaca que estas violações dos direitos humanos aumentarão nos próximos meses, já que as eleições gerais da Etiópia acontecerão em 2015.