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Ahmadinejad quer esquecer 'mal-entendidos'

Palavras do iraniano se produziram depois que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou na terça-feira no plenário da ONU que aceita o convite para diálogo

''Devido às interferências e à propaganda de terceiros, aconteceram alguns mal-entendidos'', explicou Ahmadinejad (Juan Barreto/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 21h58.

Nações Unidas - O presidente do Irã , Mahmoud Ahmadinejad, defendeu nesta quarta-feira que sejam esquecidos os ''mal-entendidos'' entre o seu país e a Argentina e mostrou sua vontade de ampliar as relações entre os dois países.

''Temos um enorme respeito pelo povo e pela nação da Argentina. Gostaríamos de ampliar nossas relações'', afirmou Ahmadinejad em entrevista coletiva em um hotel nova-iorquino após sua participação nos debates públicos da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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As palavras do iraniano se produziram depois que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou na terça-feira no plenário da ONU que aceita o convite do Irã para um diálogo para reconduzir as relações entre ambos os países, deterioradas pelo atentado em 1994 contra a associação judaica Amia em Buenos Aires.

''Devido às interferências e à propaganda de terceiros, aconteceram alguns mal-entendidos'', explicou Ahmadinejad, que se mostrou satisfeito pela aceitação da oferta de diálogo recebida ''com consentimento'' pelas autoridades argentinas.

O presidente iraniano mostrou sua ''esperança'' nas conversas que devem ser iniciadas nos próximos dias pelos chanceleres de ambos os países para que estabeleçam ''as bases adequadas para tornar o diálogo realidade''.

''O povo argentino compartilha com o iraniano muitas de suas aspirações, esperanças e sonhos, estamos em situações parecidas'', disse.

Comentou que para resolver o problema do atentado, no qual morreram 85 pessoas, o Irã propôs ''a criação de um grupo que analise o ocorrido para descobrir a verdade'', uma medida aceita por Buenos Aires.


A Justiça argentina atribui a responsabilidade do atentado contra a Amia ao Irã e à milícia xiita Hezbollah, e emitiu em 2006 uma ordem internacional de detenção contra oito suspeitos iranianos, mas o governo do país persa se negou a extraditá-los.

Os ministros das Relações Exteriores de ambos os países devem se reunir nos próximos dias, provavelmente na sede da ONU, num encontro para resolver os reiterados pedidos de Buenos Aires para capturar e submeter a julgamento os oito iranianos e o libanês requeridos pela Justiça argentina como suspeitos pelo atentado.

A Argentina já ofereceu como alternativa a possibilidade de que os ataques sejam julgados em um terceiro país caso o Irã não confie na independência da Justiça argentina.

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