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Africanos protestam em embaixadas contra detenção em Israel

Há três semanas, o Parlamento de Israel aprovou uma lei que autoriza as autoridades a deterem por prazo indeterminado imigrantes que não tenham vistos válidos

Imigrantes africanos: cerca de 60 mil imigrantes, a maioria da Eritreia e Sudão, entraram em Israel a partir do Egito desde 2006, aproveitando uma época em que essa fronteira era mais permeável (REUTERS/Amir Cohen)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 10h08.

Tel Aviv - Milhares de imigrantes africanos protestaram nesta segunda-feira diante de embaixadas ocidentais em Tel Aviv, exigindo a libertação de compatriotas presos por Israel em uma instalação carcerária do deserto com base em uma nova lei que permite detenções por tempo indeterminado.

"Chega de prisão", gritava a multidão que tomava a avenida da orla, em frente à embaixada dos EUA. Os manifestantes também se dirigiram às embaixadas da França, Itália, Grã-Bretanha, Canadá e Alemanha para entregar cargas solicitando apoio internacional contra a política de Israel contra imigrantes acusados de procurar trabalho ilegalmente.

Há três semanas, o Parlamento de Israel aprovou uma lei que autoriza as autoridades a deterem por prazo indeterminado imigrantes que não tenham vistos válidos. A medida foi condenada por críticos como uma violação aos direitos humanos.

Cerca de 60 mil imigrantes, a maioria da Eritreia e Sudão, entraram em Israel a partir do Egito desde 2006, aproveitando uma época em que essa fronteira era mais permeável, segundo autoridades locais.

Muitos dizem procurar refúgio ou asilo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já disse que vê a presença de muitos dos africanos como uma ameaça ao tecido social judaico do país.

Desde 2012, a instalação de uma cerca na fronteira com o Egito reduziu o afluxo migratório. Os estrangeiros que já haviam entrado agora podem ser enviados para um local que o governo descreve como uma prisão aberta, no deserto do sul israelense.

No domingo, mais de 10 mil africanos protestaram em frente à prefeitura de Tel Aviv, pedindo a libertação dos imigrantes detidos desde que a lei entrou em vigor - mais de 300, segundo grupos de direitos humanos.


Dezenas de outros foram intimados para serem detidos, entre eles pais de família, segundo ativistas de direitos humanos e funcionários do Acnur (agência da ONU para refugiados).

A nova instalação prisional funciona em regime semiaberto. Os presos podem sair, mas precisam se reapresentar três vezes por dia, e podem ser mantidos por tempo indeterminado à espera da repatriação voluntária, da implementação de mandados de deportação ou da tramitação dos pedidos de asilo.

"Colocar candidatos a asilo sob condições duras, que possam forçá-los a retornar sem ter suas solicitações de asilo examinadas, é algo que pode equivaler a uma violação (das convenções internacionais de proteção a refugiados)", disse Walpurga Englbrecht, representante do Acnur em Israel, em nota no domingo.

Gideon Saar, ministro israelense do Interior, rejeitou as acusações, dizendo à Rádio do Exército na segunda-feira que a ampla maioria dos imigrantes chega a Israel em busca de empregos, não de asilo. "Mas Israel não é o seu lar, e faremos esforços para assegurar que ele não se torne um Estado de infiltradores", disse.

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Tel Aviv - Milhares de imigrantes africanos protestaram nesta segunda-feira diante de embaixadas ocidentais em Tel Aviv, exigindo a libertação de compatriotas presos por Israel em uma instalação carcerária do deserto com base em uma nova lei que permite detenções por tempo indeterminado.

"Chega de prisão", gritava a multidão que tomava a avenida da orla, em frente à embaixada dos EUA. Os manifestantes também se dirigiram às embaixadas da França, Itália, Grã-Bretanha, Canadá e Alemanha para entregar cargas solicitando apoio internacional contra a política de Israel contra imigrantes acusados de procurar trabalho ilegalmente.

Há três semanas, o Parlamento de Israel aprovou uma lei que autoriza as autoridades a deterem por prazo indeterminado imigrantes que não tenham vistos válidos. A medida foi condenada por críticos como uma violação aos direitos humanos.

Cerca de 60 mil imigrantes, a maioria da Eritreia e Sudão, entraram em Israel a partir do Egito desde 2006, aproveitando uma época em que essa fronteira era mais permeável, segundo autoridades locais.

Muitos dizem procurar refúgio ou asilo. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já disse que vê a presença de muitos dos africanos como uma ameaça ao tecido social judaico do país.

Desde 2012, a instalação de uma cerca na fronteira com o Egito reduziu o afluxo migratório. Os estrangeiros que já haviam entrado agora podem ser enviados para um local que o governo descreve como uma prisão aberta, no deserto do sul israelense.

No domingo, mais de 10 mil africanos protestaram em frente à prefeitura de Tel Aviv, pedindo a libertação dos imigrantes detidos desde que a lei entrou em vigor - mais de 300, segundo grupos de direitos humanos.


Dezenas de outros foram intimados para serem detidos, entre eles pais de família, segundo ativistas de direitos humanos e funcionários do Acnur (agência da ONU para refugiados).

A nova instalação prisional funciona em regime semiaberto. Os presos podem sair, mas precisam se reapresentar três vezes por dia, e podem ser mantidos por tempo indeterminado à espera da repatriação voluntária, da implementação de mandados de deportação ou da tramitação dos pedidos de asilo.

"Colocar candidatos a asilo sob condições duras, que possam forçá-los a retornar sem ter suas solicitações de asilo examinadas, é algo que pode equivaler a uma violação (das convenções internacionais de proteção a refugiados)", disse Walpurga Englbrecht, representante do Acnur em Israel, em nota no domingo.

Gideon Saar, ministro israelense do Interior, rejeitou as acusações, dizendo à Rádio do Exército na segunda-feira que a ampla maioria dos imigrantes chega a Israel em busca de empregos, não de asilo. "Mas Israel não é o seu lar, e faremos esforços para assegurar que ele não se torne um Estado de infiltradores", disse.

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