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África do Sul diz que continente tem poucas opções de vacinas

Pfizer e BioNTech ofereceram à África doses contra a covid-19 para profissionais de saúde entre março e o final deste ano. Outros laboratórios dizem que só em 2021

 (Javier Zayas Photography/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 18h02.

Última atualização em 4 de janeiro de 2021 às 18h02.

A África tem poucas opções para adquirir vacinas contra a covid-19, pois o surto da doença piora em muitas partes do continente, segundo a presidência da África do Sul.

Pfizer e BioNTech ofereceram à África 50 milhões de vacinas contra a covid-19 para profissionais de saúde entre março e o final deste ano, disse a presidência em resposta à Bloomberg no domingo. A Moderna não tem suprimentos para a África, enquanto a AstraZeneca não possui doses disponíveis para o continente em 2021 e orientou a União Africana a negociar com o Serum Institute of India, que fabrica a vacina em nome da farmacêutica britânica. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, está no comando da União Africana.

A resposta de Ramaphosa vem depois de dias de fortes críticas na África do Sul sobre a estratégia de vacinação do país por parte de autoridades de saúde, sindicatos e partidos de oposição. Mesmo com quatro ensaios de vacinas em andamento no país, a África do Sul só conseguiu comprar doses suficientes para 10% da população de 60 milhões por meio da iniciativa Covax, que visa garantir o acesso equitativo às vacinas. É provável que essas doses comecem a chegar no segundo trimestre. Alguns países africanos têm seus próprios planos de aquisição de vacinas. A maioria não.

“Estamos trabalhando muito na África do Sul e no continente para proteger nossa população contra a covid-19”, disse a presidência.

A África do Sul tem registrado um número recorde de infecções e mortes, e o vizinho Zimbábue declarou um rigoroso lockdown de 30 dias. A economia sul-africana deve ter registrado a maior queda em nove décadas no ano passado, segundo estimativas oficiais.

Em comunicado enviado por e-mail, um representante da AstraZeneca disse que a empresa “criou uma série de cadeias de abastecimento no mundo todo para um fornecimento amplo e equitativo da vacina”. O comunicado mencionou a Covax e o Serum Institute of India como os principais canais pelos quais países africanos podem ter acesso às vacinas.

Custo ‘proibitivo’

O custo das vacinas da Pfizer é “proibitivo”, disse a presidência da África do Sul. Um representante da Pfizer confirmou as negociações com a União Africana, sem dar mais detalhes.

Em comunicado posterior, um representante da Pfizer no Reino Unido disse que a empresa permanece “firmemente comprometida com o acesso equitativo às vacinas contra a covid-19”.

“Alocamos doses para fornecimento a países de renda baixa e média-baixa a um preço sem fins lucrativos e estamos trabalhando ativamente com governos ao redor do mundo”, segundo o comunicado enviado por e-mail.

As negociações também ocorrem com a Johnson & Johnson, que realiza um ensaio na África do Sul e planeja produzir 300 milhões de doses por ano em uma fábrica no país de propriedade da Aspen Pharmacare, quando a vacina for aprovada.

A J&J “não esclareceu se a África se beneficiará com as vacinas fabricadas na África do Sul”, disse a presidência. “Ainda temos que negociar o preço que seja acessível para a África.”

A África do Sul, com mais de 1,09 milhão de casos confirmados de covid-19 e 29.175 mortes, é o país mais atingido no continente africano.

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