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África do Sul convidada a fazer parte dos Bric

China oficializou o convite ao país africano para integrar o grupo

África do Sul: os Bric já respondem por 15% do PIB mundial (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

África do Sul: os Bric já respondem por 15% do PIB mundial (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 22h53.

Pretória - A África do Sul foi convidada a se unir aos Bric, o grupo das grandes potências emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, informou nesta sexta-feira a chanceler sul-africana, Maite Nkoana-Mashabane.

"A China, em sua condição de presidente do Bric, convidou a África do Sul a integrar-se como membro pleno no que, adiante, se chamará Brics", informou a ministra das Relações Exteriores da África do Sul.

Em Pequim, a agência oficial Xinhua já dá a coisa por feita. "Os Bric aceitaram a África do Sul como membro pleno do grupo", indicou.

Os Bric - acrônimo criado em 2001 pelo economista Jim O'Neill, do Goldman Sachs - formam um grupo díspar de grandes economias emergentes, três das quais (China, Índia e Brasil) se converteram no motor da recuperação econômica mundial, depois de ter superado sem problemas seus competidores ocidentais na crise mundial surgida em 2008.

A ministra sul-africana indicou que, na quinta-feira, recebeu uma ligação de seu colega chinês, Yang Jiechi, para comunicar-lhe o convite.

"O presidente (chinês) Hu Jintao enviou uma carta ao presidente (sul-africano) Jacob Zuma para convidá-lo a participar na cúpula dos Bric que será realizada na China, no primeiro trimestre de ", acrescentou.

A África do Sul tem um PIB que representa apenas um quarto do da Rússia (o menor dos Bric), o que não a impediu de fazer uma intensa campanha para entrar nesse clube. O presidente Jacob Zuma realizou este ano visitas às capitais de todos os Bric.

A admissão confirma agora a imagem do país como articulador do continente africano com o resto do mundo.

"Foi o melhor presente de Natal jamais recebido", afirmou Nkoana-Mashabane.

"A África do Sul oferecerá aos Bric uma porta de entrada à África. E tudo que a África do sul fizer como membro desse fórum será para fazer avançar a agenda africana", acrescentou a chanceler.

Alguns analistas duvidam da realidade dessas pretensões, entre eles O'Neill.

"Há muitos países emergentes que têm mais habitantes ou economias maiores que a África do Sul. A Coreia do Sul, Turquia, México e, inclusive, a Polônia ou Argentina poderão se perguntar agora: 'Por que não eu?'", afirmou.

De 2000 a 2008, os quatro membros do Bric representaram cerca do 50% de crescimento econômico mundial e essa porcentagem deve aumentar a 61% até 2014, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os Bric já celebraram duas cúpulas, na Rússia, em 2009, e no Brasil, em abril deste ano, e buscam exercer um maior peso nos grandes assuntos mundiais, apesar da diversidade de seus interesses.

"Juntos, Brasil, Rússia, Índia e China contribuem com 15% do PIB mundial. Somos países onde tudo é em grande escala. Representamos quase a metade da população mundial, 20% da superfície terrestre e temos recursos naturais abundantes", afirmou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em um artigo publicado antes da última cúpula do grupo.

"Os Bric já não são um conjunto de letras. São uma referência inegável na adoção das principais decisões internacionais", acrescentou o presidente brasileiro na ocasião.

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