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Afeganistão poderá vender ópio a países autorizados pela ONU

O ópio confiscado do tráfico de drogas pode ser vendido a companhias, disse o porta-voz do Centro Afegão de Justiça Antinarcóticos

Afeganistão: a produção de ópio no cresceu 87% no último ano (Noorullah Shirzada/AFP/AFP)

Afeganistão: a produção de ópio no cresceu 87% no último ano (Noorullah Shirzada/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 28 de março de 2018 às 15h54.

Cabul - O Afeganistão, o maior produtor de ópio do mundo, poderá começar a vender legalmente toneladas desta substância a companhias e países autorizados pela ONU para utilizá-la na produção de fármacos, informou nesta quarta-feira à Agência Efe uma fonte oficial.

"A emenda da Lei Antinarcóticos, recentemente aprovada pelo presidente (Ashraf Ghani) e emitida aos escritórios nos últimos dias, diz que o ópio confiscado das redes de tráfico de drogas pode ser vendido a companhias", indicou um porta-voz do Centro Afegão de Justiça Antinarcóticos (CNJC), Khalid Muwahid.

A fonte indicou que o governo não poderá comprar ópio dos agricultores, mas a venda será limitada ao material que for expropriado pelas autoridades e detalhou que só será exportado o que tiver licença da Junta Internacional para o Controle de Narcóticos (JICN) das Nações Unidas.

A lei, que esteve parada no Parlamento durante anos e foi finalmente aprovada no final de 2017, permitirá ao Executivo vender ópio após obter a permissão da JICN e, quando for instaurada, dará fim à queima em massa de narcóticos.

"Depois disso, ao invés de queimar toneladas de ópio, o governo pode ter a autoridade para vendê-lo em uma boa quantidade que pode ser utilizada na luta contra os narcóticos, na saúde e outros setores", concluiu Muwahid.

A produção de ópio no Afeganistão cresceu 87% durante 2017, até chegar a um volume estimado de 9 mil toneladas, um número recorde que foi acompanhado por um aumento de 63% da superfície dedicada ao cultivo de papoula, segundo um relatório do governo afegão e a ONU.

O Afeganistão é o principal produtor de papoula do mundo e, em 2012, 75% da heroína mundial eram procedentes do país, onde, segundo dados da ONU, o mercado do ópio financia 15% das atividades dos talibãs.

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