Aeroporto de Trípoli é alvo de foguetes
Ataque coincidiu com o anúncio de uma reunião entre os chefes das diplomacias da Tunísia, Egito, Sudão, Chad, Níger e Mali sobre a política da Líbia
AFP
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 20h43.
Todos os voos foram suspensos durante algumas horas nesta quarta-feira em Mitiga, o único aeroporto em operação em Trípoli, devido ao disparo de foguetes contra a área, disse o porta-voz do Governo da União Nacional (GNA), com sede na capital da Líbia.
O Aeroporto Internacional de Mitiga foi alvo de seis foguetes Grad, um ato que constitui uma ameaça flagrante à segurança do tráfego aéreo e uma violação de cessar-fogo, em vigor desde 12 de janeiro, disse Mohamad Gnunu, porta-voz das forças leais ao GNA.
A direção do aeroporto de Mitiga suspendeu o tráfego aéreo antes de anunciar a retomada dos voos algumas horas depois.
Aviões vindos da Tunísia tiveram que pousar em Misrata, a 200 quilômetros a leste.
Desde o início de uma ofensiva das forças do marechal Khalifa Haftar para tomar Trípoli em 4 de abril, o aeroporto tem sido alvo de ataques aéreos e foguetes atribuídos ao pró-Haftar.
Eles acusam o GNA, liderado por Fayez al-Sarraj e reconhecido pelas Nações Unidas, de usar uma parte do aeroporto para fins militares.
O tráfego aéreo em Mitiga foi retomado em meados de dezembro, após três meses de suspensão.
Mitiga era originalmente uma base militar antes de ser aberta ao tráfego civil para substituir o Aeroporto Internacional de Trípoli, que sofreu sérios danos durante a violência em 2014.
O cessar-fogo na região da capital líbia é globalmente respeitada, mas as partes em conflito se acusam mutuamente por violações.
O ataque ao aeroporto coincidiu com o anúncio por Argel de uma reunião, na quinta-feira, entre os chefes das diplomacias de Tunísia, Egito, Sudão, Chad, Níger e Mali para encontrar uma solução política para a Líbia.
Os ministros tratarão de ajudar "os irmãos líbios a solucionar a crise sem qualquer ingerência", segundo as autoridades argelinas.
Argel não informou se as delegações líbias foram convidadas, mas o chefe da diplomacia do GNA, Mohamad Taher Siala, declarou que não participará para protestar contra a "presença" do representante do governo de Haftar.