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Aeronaves dos EUA são atacadas no Sudão do Sul

Aeronaves estavam prestes a pousar em Bor, capital do Estado de Jonglei, quando foram atingidas


	Militares americanos: aeronaves foram atingidas por tiros quando tentavam retirar cidadãos norte-americanos de uma região remota do Sudão do Sul 
 (Ali al-Saadi/AFP)

Militares americanos: aeronaves foram atingidas por tiros quando tentavam retirar cidadãos norte-americanos de uma região remota do Sudão do Sul  (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2013 às 09h55.

Nairobi - Três aeronaves militares dos Estados Unidos foram atingidas por tiros ontem quando tentavam retirar cidadãos norte-americanos de uma região remota do Sudão do Sul que virou um campo de batalha entre tropas do governo e rebeldes. O ataque deixou quatro norte-americanos feridos.

As aeronaves estavam prestes a pousar em Bor, capital do Estado de Jonglei, quando foram atingidas. Segundo fontes militares, o estado de saúde dos quatro feridos é estável. As aeronaves são do modelo CV-22 Osprey, que pode voar como helicóptero e avião.

"Após receber tiros ao se aproximar do local, as aeronaves alteraram a rota e foram para um campo de pouso fora do país, abortando a missão", disseram militares norte-americanos em comunicado. Os aviões foram para Entebbe, em Uganda, e os feridos foram levados para Nairóbi, de acordo com o comunicado.

Segundo uma fonte que pediu para não ser identificada, os norte-americanos não informaram o principal comandante em Bor - o general Peter Gadet, que desertou esta semana - de que estavam se aproximando, o que pode ter motivado o ataque. Os militares dos EUA disseram não saber se os tiros partiram de tropas do governo ou de rebeldes.

O porta-voz militar do Sudão do Sul, coronel Philip Aguer, disse que as tropas do governo não têm o controle de Bor, então o ataque às aeronaves norte-americanas só pode ter sido realizado pelos rebeldes. "Bor está sob o controle das forças de Riek Machar", afirmou, referindo-se ao ex-vice-presidente do país, da etnia Nuer, deposto em julho.

O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, da etnia Dinka, disse esta semana que uma tentativa de golpe orquestrada por Machar desencadeou uma onda de violência étnica no país. Suspeita-se, entretanto, que a confusão tenha começado com uma briga entre os membros Nuer e Dinka da própria guarda presidencial.

A violência no Sudão do Sul nos últimos dias já deixou centenas de mortos e líderes mundiais temem que uma guerra civil esteja começando. O país recém criado se separou do Sudão em 2011, após um referendo. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira que a violência resultante da disputa política pode afetar não somente o Sudão do Sul, mas outros países da região.

Esta semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou o envio de tropas para proteger a embaixada do país na capital do Sudão do Sul, Juba. A unidade já retirou pelo menos 450 norte-americanos e pessoas de outras nacionalidades da cidade. Outros países, como Reino Unido, Alemanha e Itália também estão retirando seus cidadãos do país. Fonte: Associated Press.

O ministro da Informação do Sudão do Sul, Michael Makuei Lueth, disse que as tropas do governo estão tentando retomar o controle de Bor, e que rebeldes estavam atirando indiscriminadamente contra civis, deixando vários corpos espalhados pela cidade. Fonte: Associated Press.

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