Trump: o advogado de Trump tentou distanciar o presidente e seus assessores do caso (Mike Theiler/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 17h13.
Washington - Ty Cobb, um dos advogados de Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que a acusação formal contra Michael Flynn, ex-assessor de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, não "envolve" ninguém que não seja o próprio acusado, em uma tentativa de distanciar a Casa Branca do caso.
"Nada na declaração de culpabilidade (de Flynn) e a acusação envolve ninguém que não seja o senhor Flynn", afirmou Cobb em comunicado distribuído a jornalistas que cobrem a Casa Branca.
Em uma audiência na Corte do Distrito de Columbia, em Washington, Flynn declarou-se hoje culpado por ter mentido ao FBI sobre suas conversas com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kislyak, o que pode levá-lo a ser condenado a cinco anos de prisão.
Durante a audiência, o representante do procurador-especial afirmou que Flynn informou a "importantes integrantes" da equipe que preparava a transferência de poder entre o ex-presidente Barack Obama e Trump sobre suas conversas com o embaixador russo.
Não obstante, o advogado de Trump tentou distanciar o presidente e seus assessores do caso, ao lembrar que Flynn renunciou ao cargo na Casa Branca em fevereiro por ter mentido ao vice-presidente Mike Pence e a outros nomes do alto escalão do governo sobre seus contatos com o embaixador russo.
"As declarações falsas implicadas (na acusação contra Flynn) refletem as declarações falsas que ele deu a funcionários da Casa Branca e que resultaram em seu renúncia em fevereiro deste ano", ressaltou Cobb.
O advogado definiu Flynn como um "assessor de segurança nacional da Casa Branca durante 25 dias do governo de Trump, e um ex-funcionário da Administração de (Barack) Obama", já que, entre 2012 e 2014, ele dirigiu a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA, na sigla em inglês).
Cobb também interpretou a acusação contra Flynn como um indício da possível conclusão rápida da investigação do procurador-especial Robert Mueller, que averigua a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2016 e o possível conluio de Moscou com a campanha eleitoral de Trump.
"A conclusão desta fase do trabalho do procurador-especial demonstra de novo que o procurador-especial está agindo com rapidez deliberada, e prepara o caminho para uma conclusão rápida e razoável", concluiu Cobb.
Segundo a procuradoria-especial informou hoje, Flynn telefonou para membros da equipe de transição que estavam no resort exclusivo de Trump em Mar-a-Lago, no litoral sudeste da Flórida.
De acordo com a procuradoria-especial, as conversas de Flynn com o embaixador russo teriam ocorrido por ordem de grandes figuras da equipe de Trump, o que significa que Flynn não agiu por iniciativa própria, mas que suas ações, supostamente, faziam parte de uma estratégia coletiva.
As conversas que Flynn teve com o embaixador russo geraram um escândalo porque, na época, Obama ainda era o presidente e a equipe de Trump não estava autorizada a tomar decisões com governos estrangeiros.