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Acordo nuclear com Irã leva grandes potências à Genebra

Intensas negociações diplomáticas acontecem na noite de hoje e se estenderão, pelo menos, até amanhã

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov: Lavrov anunciou que vai chegar à Suíça no sábado (Larry Downing/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 18h46.

Genebra – Os chefes da diplomacia das grandes potências ocidentais juntaram-se, hoje (8), às discussões sobre o programa nuclear iraniano, que ocorrem em Genebra.

O fato alimenta expetativas quanto a um acordo próximo, depois de anos de impasse. Intensas negociações diplomáticas acontecem na noite de hoje e se estenderão, pelo menos, até amanhã.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, anunciou que vai chegar à Suíça no sábado, o que confirma que as negociações vão prolongar-se por mais um dia.

Uma reunião tripartite entre a Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Catherine Ashton, o norte-americano, John Kerry, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã , Mohmmad Javad Zarif, deu início à missão da União Europeia, em Genebra.

“Há muitos problemas que tocam nos interesses fundamentais de vários países. É a razão pela qual o nível [da negociação] passou para o de ministro”, explicou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov.

“Amanhã (sábado), esperamos alcançar o resultado que o mundo inteiro espera”, acrescentou Riabkov. “Nenhum dos participantes quer sair sem um resultado positivo”, disse, realçando que o contrário “seria um erro estratégico”.

Mas, como prova da possibilidade de uma evolução real depois da eleição de Hassan Rohani para a presidência iraniana, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estimou que as negociações em curso “são a ocasião para progressos reais”.

Kerry, que interrompeu uma viagem pelo Oriente Médio para se deslocar com urgência à Genebra, juntou-se à representantes da França, Grã-Bretanha e Alemanha, que integram o Grupo dos 5+1 (China, EUA, Federação Russa, França e Reino Unido, mais a Alemanha), que procura há anos resolver a questão do programa nuclear iraniano.


“Tenho de realçar que ainda existem algumas questões muito importante na mesa que ainda não foram resolvidas”, preveniu Kerry, acrescentando: “Elas têm de ser tratadas corretamente e em pormenor”. Insistindo neste ponto, o americano disse que sua expectativa é que se possa “reduzir estas divergências”. No entanto, ele ponderou que “ninguém pode ignorar que existem divergências importantes a superar”.

Três pontos em particular retêm a atenção dos ocidentais, segundo a delegação francesa chefiada pelo ministro Laurent Fabius, que são a necessidade de se tornar mais clara a posição iraniana sobre “a construção do reator de água pesada de Arak”, suscetível de produzir plutônio utilizável para fins militares, o futuro do urânio enriquecido em 20% e “a questão mais geral do enriquecimento (de urânio) no Irã”.

Ao mesmo tempo foi divulgado que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano, viajará para Teerã.
Autoridades iranianas têm ressaltado nos últimos dias que o direito do Irã a enriquecer urânio constituíra em “uma linha vermelha”, sem excluir porém uma evolução da sua posição quanto “ao nível, à forma e à dimensão” deste enriquecimento. O Irã dispõe de 19 mil centrifugadoras para este enriquecimento.

Israel tornou público, hoje, o alerta aos ocidentais quanto a um acordo com o Irã. “Israel não é obrigado por este acordo e fará tudo o que for necessário para se defender e defender a segurança do seu povo”, disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, denunciando o que considerou “a burla do século”, durante uma reunião de duas horas, no aeroporto Ben Gourion, de Telavive, com John Kerry.

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Genebra – Os chefes da diplomacia das grandes potências ocidentais juntaram-se, hoje (8), às discussões sobre o programa nuclear iraniano, que ocorrem em Genebra.

O fato alimenta expetativas quanto a um acordo próximo, depois de anos de impasse. Intensas negociações diplomáticas acontecem na noite de hoje e se estenderão, pelo menos, até amanhã.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, anunciou que vai chegar à Suíça no sábado, o que confirma que as negociações vão prolongar-se por mais um dia.

Uma reunião tripartite entre a Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Catherine Ashton, o norte-americano, John Kerry, e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irã , Mohmmad Javad Zarif, deu início à missão da União Europeia, em Genebra.

“Há muitos problemas que tocam nos interesses fundamentais de vários países. É a razão pela qual o nível [da negociação] passou para o de ministro”, explicou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov.

“Amanhã (sábado), esperamos alcançar o resultado que o mundo inteiro espera”, acrescentou Riabkov. “Nenhum dos participantes quer sair sem um resultado positivo”, disse, realçando que o contrário “seria um erro estratégico”.

Mas, como prova da possibilidade de uma evolução real depois da eleição de Hassan Rohani para a presidência iraniana, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estimou que as negociações em curso “são a ocasião para progressos reais”.

Kerry, que interrompeu uma viagem pelo Oriente Médio para se deslocar com urgência à Genebra, juntou-se à representantes da França, Grã-Bretanha e Alemanha, que integram o Grupo dos 5+1 (China, EUA, Federação Russa, França e Reino Unido, mais a Alemanha), que procura há anos resolver a questão do programa nuclear iraniano.


“Tenho de realçar que ainda existem algumas questões muito importante na mesa que ainda não foram resolvidas”, preveniu Kerry, acrescentando: “Elas têm de ser tratadas corretamente e em pormenor”. Insistindo neste ponto, o americano disse que sua expectativa é que se possa “reduzir estas divergências”. No entanto, ele ponderou que “ninguém pode ignorar que existem divergências importantes a superar”.

Três pontos em particular retêm a atenção dos ocidentais, segundo a delegação francesa chefiada pelo ministro Laurent Fabius, que são a necessidade de se tornar mais clara a posição iraniana sobre “a construção do reator de água pesada de Arak”, suscetível de produzir plutônio utilizável para fins militares, o futuro do urânio enriquecido em 20% e “a questão mais geral do enriquecimento (de urânio) no Irã”.

Ao mesmo tempo foi divulgado que o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano, viajará para Teerã.
Autoridades iranianas têm ressaltado nos últimos dias que o direito do Irã a enriquecer urânio constituíra em “uma linha vermelha”, sem excluir porém uma evolução da sua posição quanto “ao nível, à forma e à dimensão” deste enriquecimento. O Irã dispõe de 19 mil centrifugadoras para este enriquecimento.

Israel tornou público, hoje, o alerta aos ocidentais quanto a um acordo com o Irã. “Israel não é obrigado por este acordo e fará tudo o que for necessário para se defender e defender a segurança do seu povo”, disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, denunciando o que considerou “a burla do século”, durante uma reunião de duas horas, no aeroporto Ben Gourion, de Telavive, com John Kerry.

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