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Acnur alerta para saques entre refugiados em Mogadíscio

A falta de comida na região teve como consequência conflitos entre a população afetada

Duas mulheres aguardam para receber alimento no campo de Dadaab, considerado o maior do mundo, com mais de 180 mil pessoas (Oli Scarff/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2011 às 09h29.

Genebra - A falta de comida em Mogadíscio, que nos últimos dois meses recebeu 100 mil refugiados em busca de abrigo da guerra e da seca, teve como consequência saques e conflitos entre a população afetada, revelou nesta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

"Nossos colegas veem o desespero das pessoas deslocadas e famintas, que atacam umas às outras para conseguir a comida distribuída pelas ONG locais", manifestou em Genebra a porta-voz do Acnur, Vivian Tan.

Segundo a organização, a comida que foi possível levar até Mogadíscio é claramente insuficiente, o que causou "graves tumultos e até alguns atos de saque e pilhagem", afirmou a porta-voz, que indicou que os mais prejudicados são as mulheres e as crianças.

Vivian cifrou em 100 mil o número de pessoas que chegaram à capital desde junho. "O número está aumentando a cada dia que passa, com chegadas diárias médias de mil pessoas no mês de julho", acrescentou.

O principal assentamento dos refugiados fica em Badbado, nos arredores de Mogadíscio, onde vivem 28 mil pessoas, a maioria procedentes do sul do país, onde a crise de fome e a violência obrigaram dezenas de milhares de pessoas a fugir.

No geral, buscam a fronteira sul com o Quênia, onde fica o acampamento de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, com mais de 380 mil pessoas.

Apesar da grande quantidade de refugiados do acampamento, a Acnur cifrou em "uma média de 1.300 pessoas" o número de chegadas diárias a Dadaab e informou que para aliviar a pressão sobre o local foi criado um novo campo em seus arredores.

A organização destacou que as pessoas que chegam à fronteira com o Quênia apresentam "um estado de saúde péssimo, com desidratação e desnutrição severa, especialmente os menores de idade".

"A maioria dos novos refugiados se estabelecem de maneira espontânea nos arredores dos limites criados em torno de Dadaab, em uma terra que não é apta para viver", informou Vivian.

"Isto representa uma pressão a mais em um entorno semi-árido frágil, aumenta a tensão com as comunidades locais e eleva o risco de incêndios e de propagação de doenças", acrescentou.

O Acnur também expressou sua preocupação pela situação nos acampamentos de Dollo Ado, na fronteira sudoeste com a Etiópia, onde "uma em cada três crianças menores de 5 anos que chegam têm que ser tratadas com urgência devido à sua severa desnutrição".

Enquanto isso, as Nações Unidas reforçaram nesta terça-feira seu apelo por doadores para que ajudem a financiar uma operação de emergência que necessita de US$ 2 bilhões, dos quais até agora só se recebeu a metade.

Corine Momal-Vanian, porta-voz da ONU em Genebra, disse que o financiamento é "urgente", mas expressou seu ceticismo, visto que em operações similares passadas "não foi entregue todo o dinheiro previamente prometido" pelos países.

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Genebra - A falta de comida em Mogadíscio, que nos últimos dois meses recebeu 100 mil refugiados em busca de abrigo da guerra e da seca, teve como consequência saques e conflitos entre a população afetada, revelou nesta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

"Nossos colegas veem o desespero das pessoas deslocadas e famintas, que atacam umas às outras para conseguir a comida distribuída pelas ONG locais", manifestou em Genebra a porta-voz do Acnur, Vivian Tan.

Segundo a organização, a comida que foi possível levar até Mogadíscio é claramente insuficiente, o que causou "graves tumultos e até alguns atos de saque e pilhagem", afirmou a porta-voz, que indicou que os mais prejudicados são as mulheres e as crianças.

Vivian cifrou em 100 mil o número de pessoas que chegaram à capital desde junho. "O número está aumentando a cada dia que passa, com chegadas diárias médias de mil pessoas no mês de julho", acrescentou.

O principal assentamento dos refugiados fica em Badbado, nos arredores de Mogadíscio, onde vivem 28 mil pessoas, a maioria procedentes do sul do país, onde a crise de fome e a violência obrigaram dezenas de milhares de pessoas a fugir.

No geral, buscam a fronteira sul com o Quênia, onde fica o acampamento de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, com mais de 380 mil pessoas.

Apesar da grande quantidade de refugiados do acampamento, a Acnur cifrou em "uma média de 1.300 pessoas" o número de chegadas diárias a Dadaab e informou que para aliviar a pressão sobre o local foi criado um novo campo em seus arredores.

A organização destacou que as pessoas que chegam à fronteira com o Quênia apresentam "um estado de saúde péssimo, com desidratação e desnutrição severa, especialmente os menores de idade".

"A maioria dos novos refugiados se estabelecem de maneira espontânea nos arredores dos limites criados em torno de Dadaab, em uma terra que não é apta para viver", informou Vivian.

"Isto representa uma pressão a mais em um entorno semi-árido frágil, aumenta a tensão com as comunidades locais e eleva o risco de incêndios e de propagação de doenças", acrescentou.

O Acnur também expressou sua preocupação pela situação nos acampamentos de Dollo Ado, na fronteira sudoeste com a Etiópia, onde "uma em cada três crianças menores de 5 anos que chegam têm que ser tratadas com urgência devido à sua severa desnutrição".

Enquanto isso, as Nações Unidas reforçaram nesta terça-feira seu apelo por doadores para que ajudem a financiar uma operação de emergência que necessita de US$ 2 bilhões, dos quais até agora só se recebeu a metade.

Corine Momal-Vanian, porta-voz da ONU em Genebra, disse que o financiamento é "urgente", mas expressou seu ceticismo, visto que em operações similares passadas "não foi entregue todo o dinheiro previamente prometido" pelos países.

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