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Acidente com avião no Quirguistão mata ao menos 37 pessoas

De acordo com o ministério da Saúde, a grande maioria das vítimas é de habitantes da localidade

Equipes de resgate no local onde um avião de carga turco caiu no Quirguistão (Vladimir Pirogov/Reuters)
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AFP

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 07h49.

Última atualização em 16 de janeiro de 2017 às 10h34.

Ao menos 37 pessoas, incluindo seis crianças, morreram nesta segunda-feira na queda de um avião de carga turco em uma zona povoada quando tentava pousar no aeroporto de Biskek, no Quirguistão, devido, segundo as autoridades, a um erro de pilotagem.

O Boeing-747 da companhia ACT Airlines que cobria uma rota entre Hong Kong e Istambul via Biskek caiu sobre a localidade de Dacha-Suu, perto do aeroporto de Manas, pouco depois das 07h00 locais (22h00 de Brasília de domingo), segundo o ministério quirguiz de Situações de Emergência.

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De acordo com o ministério da Saúde, a grande maioria das vítimas é de habitantes desta localidade. Seis crianças faleceram, informaram os serviços médicos.

Horas mais tarde, uma parte da cauda do avião ainda jazia sobre o telhado de uma casa completamente destruída, enquanto outros destroços estavam espalhados pelas ruas do povoado, repletas de veículos danificados e árvores incendiadas.

"Ao menos 37 pessoas morreram", declarou à AFP um porta-voz do ministério quirguiz de Situações de Emergência, Mujhammed Svarov.

"Acordei com uma forte explosão e vi chamas imensas", contou à AFP uma moradora que pediu o anonimato.

"O avião caiu sobre as casas e matou famílias inteiras", relatou à AFP outra testemunha do acidente que também não quis divulgar seu nome. "Não restou nada das casas, as pessoas morreram com seus filhos, muitos estavam dormindo", acrescentou.

Os restos do avião danificaram um total de 43 casas, 15 das quais ficaram destruídas, segundo as autoridades, que lançaram uma operação de resgate com várias equipes de socorristas, bombeiros e médicos.

Possível erro do piloto

O pouso da aeronave, que deveria fazer escala em Biskek para reabastecer, ocorreu em plena névoa, mas "as condições meteorológicas permitiam aterrissar", indicou o vice-primeiro-ministro quirguiz, Mujametkali Abulgaziev.

"Onze aviões realizaram seu pouso na névoa" antes do Boeing turco, disse em uma coletiva de imprensa transmitida pela televisão pública.

"Segundo as primeiras conclusões dos especialistas, trata-se de um erro de pilotagem", disse.

O avião pertencia à companhia aérea turca ACT Airlines.

Fundada em 2004 e com sede em Istambul, 49% da ACT Airlines pertence ao grupo chinês HNA Group e em 2011 foi rebatizada com o nome de myCargo.

O fabricante de aviões americano Boeing afirmou que suas equipes estavam dispostas a participar da investigação.

Luto nacional

O presidente do Quirguistão, Almazbek Atambaiev, expressou suas condolências às famílias das vítimas e deu ordem ao governo de "investigar minuciosamente o que originou a tragédia", segundo um comunicado da chefia do Estado.

Além disso, decretou que na terça-feira será declarado luto nacional.

Atambaiev retornou na noite de domingo de suas férias na China. Seu avião foi obrigado a pousar no aeroporto de Issyk-Kul, 400 km a leste de Biskek, "devido à névoa" que reinava sobre a capital, acrescentou o comunicado.

Após várias horas fechado, o aeroporto de Manas voltou a funcionar às 07h30 GMT (04h30 de Brasília).

Os acidentes de avião em zonas urbanas ocorrem, na maioria das vezes, durante a decolagem ou o pouso, nos bairros próximos aos aeroportos.

O último acidente deste tipo ocorreu em 30 de novembro de 2012, quando um Iliuchin T76, da companhia aérea armênia Rij Airways, caiu sobre um bairro periférico próximo ao aeroporto de Maya-Maya em Brazzaville (República do Congo), deixando 32 mortos, 25 dos quais não iam a bordo da aeronave.

O avião foi surpreendido por uma tempestade durante o pouso e danificou várias casas, antes de se chocar contra um barranco.

Recentemente, em 30 de junho de 2015, um avião militar indonésio, um Hercules C-130, caiu pouco depois de decolar em uma zona habitada da cidade de Madan, na ilha de Sumatra, provocando a morte de seus 122 ocupantes e de vinte pessoas em terra.

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