Acampamento: a ilha de Quios recebe cerca de 4 mil refugiados (Getty Images)
EFE
Publicado em 18 de novembro de 2016 às 09h18.
Atenas - Um grupo de pessoas atacou com coquetéis molotov na noite de quinta-feira, em duas ocasiões, um acampamento de refugiados e imigrantes na ilha de Quios, na Grécia.
Pouco depois das 20h locais de ontem (15h em Brasília), o grupo lançou coquetéis molotov contra o acampamento improvisado de Suda, provocando um incêndio que destruiu duas barracas de campanha.
Um segundo ataque ocorreu por volta de 23h locais (18h em Brasília). Após o novo incidente, um grupo de 150 refugiados deixou o local e passou a noite no porto da ilha de Quios.
Pouco depois da meia-noite, dois voluntários que saíram do acampamento foram agredidos, apesar da presença de policiais, por um grupo de cerca de 30 pessoas. Mais tarde, um refugiado chegou ao mesmo hospital para aonde tinham sido levados os voluntários e também afirmou ter sofrido agressões de desconhecidos.
"Se trata certamente de ataques organizados, não eram moradores indignados", disse à Agência Efe um jornalista de um veículo da imprensa local que preferiu manter o anonimato.
Um porta-voz da polícia local disse à Efe que há uma investigação em curso sobre a agressão aos dois voluntários, mas não sobre os ataques ao acampamento de refugiados.
"Ainda não sabemos as causas do incêndio. A investigação dos bombeiros segue em curso", destacou o porta-voz.
Ontem foi a segunda noite consecutiva de tensão entre os moradores e os imigrantes. Na segunda-feira, grupos de refugiados, especialmente de origem africana, percorreram a cidade quebrando vitrines e vidros de carros, além de lançar pedras contra imóveis.
Simultaneamente, simpatizantes do partido neonazista Amanhecer Dourado foram se reunindo, alguns armados com barras de ferro, o que elevou ainda mais a tensão na ilha.
Segundo a polícia, foram presos quatro imigrantes - três argelinos e um iraniano - pela confusão provocada na quarta-feira.
A ilha de Quios, que tem cerca de 50 mil habitantes, recebe cerca de 4 mil refugiados, um número quatro vezes maior à capacidade dos albergues instalados no local.