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Abe volta aos EUA para encontro com Trump sobre Coreia e comércio

ÀS SETE - O primeiro encontro dos líderes aconteceu em fevereiro de 2017, marcando um ponto alto no relacionamento, cuja firmeza vem sendo ameaçada

Abe e Trump: a primeira visita que Trump recebeu de um líder estrangeiro, os dois jogaram golf e discutiram, principalmente, a Coreia do Norte

Abe e Trump: a primeira visita que Trump recebeu de um líder estrangeiro, os dois jogaram golf e discutiram, principalmente, a Coreia do Norte

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2018 às 06h39.

Última atualização em 17 de abril de 2018 às 07h12.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe tem uma segunda rodada de conversas com o presidente americano Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida.

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O primeiro encontro dos dois no resort aconteceu em fevereiro do ano passado, marcando um ponto alto no relacionamento, cuja firmeza vem sendo ameaçada por manobras econômicas e diplomáticas recentes do presidente americano.

Na ocasião, a primeira visita que Trump recebeu de um líder estrangeiro, os dois jogaram golf e discutiram, principalmente, a Coreia do Norte. Mais de um ano depois, o mesmo tema volta à mesa.

Foram preocupações relacionados ao vizinho norte-coreano que fizeram Abe buscar o encontro desta semana. A recente decisão de Trump de realizar um encontro com o ditador Kim Jong-Un tomou o Japão de surpresa.

Mireya Solís, do Instituto de pesquisa Brookings, escreveu em artigo nesta segunda-feira que Abe “tem sido um forte apoiador da estratégia de pressão máxima, e – espelhando no ceticismo americano em relação às motivações de Kim Jong-un – já afirmou que o diálogo apenas pelo diálogo não significa nada”.

Em sua reunião com Trump, Abe quer garantir que o americano busque defender também os interesses japoneses diante da Coreia do Norte, negociando pela eliminação dos mísseis norte-coreanos que podem alcançar o Japão, e não somente os de longa-distância que chegariam nos Estados Unidos.

No fronte econômico, as ameaças americanas de guerra comercial com a China abalaram a relação com o Japão, que se encontra bem no meio do fogo cruzado de seus dois maiores parceiros comerciais.

O país foi o único aliado dos EUA que não foi excluído das sobretaxas ao aço e ao alumínio importados (caso, por exemplo, do Brasil).

Abe deve apelar a Trump para que mude essa posição. Mas, segundo o jornal Washington Post, analistas japoneses acreditam que a estratégia de Trump é usar as tarifas como chantagem para forçar o Japão a iniciar conversas sobre um acordo bilateral de livre-comércio, algo que a administração de Abe se opõe fortemente. O plano japonês era negociar acordo via o acordo comercial TPP, abandonado por Trump.

Enquanto isso, o Japão também tenta manter boas relações com a China. Nesta segunda, ministros dos dois países se reuniram para seu primeiro diálogo econômico em quase oito anos, no qual o Japão pediu que a China assegure transferências justas e gratuitas de tecnologia e troca de propriedade intelectual.

O governo Trump está ameaçando taxar em 50 bilhões as importações chinesas para enfrentar “práticas econômicas desleais” justamente em transferências forçadas de tecnologia e propriedade intelectual. No reordenamento de forças econômicas na Ásia, Abe não quer ficar para trás.

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