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Abbas é reeleito líder do movimento nacionalista palestino Fatah

O líder palestino também dirige a Autoridade Palestina e a Organização de Libertação da Palestina (OLP)

Mahmud Abbas: líder foi reconduzido à frente do Fatah durante um voto de "consenso" (Pool/AFP/Arquivos)

Mahmud Abbas: líder foi reconduzido à frente do Fatah durante um voto de "consenso" (Pool/AFP/Arquivos)

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AFP

Publicado em 29 de novembro de 2016 às 14h26.

O Fatah, principal movimento palestino, inaugurou nesta terça-feira seu primeiro Congresso em sete anos e reelegeu Mahmud Abbas como seu presidente.

Abbas, de 81 anos, foi reconduzido à frente do Fatah durante um voto de "consenso", explicou Mahmud Abu al-Hija,porta-voz do organismo, durante uma coletiva de imprensa.

O líder palestino também dirige a Autoridade Palestina e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), entidade reconhecida internacionalmente como representante dos palestinos, desde a morte do líder histórico Yasser Arafat.

"O assunto foi proposto, houve uma votação consensual", disse o porta-voz algumas horas após o início dos trabalhos dos 1.400 membros do Congresso, reunido pela última vez em 2009.

Esta eleição não suscitou debates. Em contrapartida, a escolha, a partir de sexta-feira, dos dirigentes do Fatah, o Conselho revolucionário - 80 membros eleitos e cerca de 40 nomeados - e o Comitê central - 18 membros eleitos e quatro nomeados pelo presidente, se anuncia mais acirrada.

Seu resultado apontará o peso das diferentes correntes dentro do Fatah, atingido por divisões internas e dentro do qual Abbas tenta excluir vozes dissidentes, principalmente os partidários de Mohammed Dahlane, principal opositor ao presidente que vive no exílio nos Emirados Árabes Unidos, afirmam os analistas.

"O sistema não funciona mais"

Jibril Rajoub, membro do Comitê Central, reconheceu que um "erro" foi cometido vis-à-vis "a opositores e dissidentes" que não foram convidados. No entanto, ele garantiu que "ninguém foi visado em particular" e que "a prioridade é realizar o Congresso".

Este encontro deve, segundo ele, permitir uma análise exaustiva da organização do movimento, fundado em 1959. "O sistema da década de 1960 não funciona mais em 2016", disse à AFP.

"Devemos levar em conta as circunstâncias atuais: o sistema foi criado quando estávamos em diáspora e agora estamos em território nacional, ele foi estabelecido para uma etapa revolucionária, agora temos um Estado".

Estas eleições vão "escolher os líderes para a próxima etapa", disse Saeb Erekat, número dois da OLP, candidato a um novo mandato no Comitê Central, de acordo com uma fonte próxima.

Um próximo passo que se anuncia complicado quando o processo de paz está paralisado há anos, que a questão palestina tem sido relegada diplomaticamente e que a divisão entre a Autoridade Palestiniana, que controla a Cisjordânia, e o Hamas islâmico, na Faixa de Gaza, impede a realização de eleições há dez anos.

Durante seu discurso previsto para as 18h00 (14h00 de Brasília) Abbas, arquiteto dos Acordos de Oslo assinados em 1993 com Israel que deveriam criar um Estado, deverá abordar todas estas questões.

O Fatah é a "espinha dorsal" da OLP, a entidade reconhecida internacionalmente como representante dos palestinos, lembra Wasel Abu Yousef, membro da liderança da OLP, nascido da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP, esquerda histórica). Qualquer mudança no partido vai ter um impacto sobre a OLP.

O objetivo do Congresso, explica seu porta-voz Mahmoud Abu al-Hija, é determinar "o que fazer" frente a um "horizonte político bloqueado e negociações paralisadas".

O Fatah evocará, segundo ele, as várias iniciativas de paz lideradas pela França e os países árabes, e o possível acionamento do Conselho de Segurança da ONU para enfrentar a colonização israelense que mordisca a cada dia os territórios ocupados.

Há vários dias, os preparativos estão em andamento para receber o congresso do Fatah.

Barracas foram montadas perto do complexo onde policiais foram mobilizados em massa para acolher os 1.400 membros.

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