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Abbas diz que não haverá eleições sem Gaza

"Realizar as eleições só na Cisjordânia não é aceitável", manifestou o presidente da ANP

Abbas, presidente palestino, também pediu que ONU intervenha em assentamentos de Israel (Getty Images)

Abbas, presidente palestino, também pediu que ONU intervenha em assentamentos de Israel (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 10h14.

Ramala, Cisjordânia - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou nessa quinta-feira que não haverá eleições presidenciais nem legislativas se não forem realizadas conjuntamente no território da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, e na Cisjordânia, sob controle da ANP.

O dirigente palestino fez a revelação durante entrevista coletiva com o presidente do Timor-Leste, José Ramos-Horta, quem visitou nesta manhã Ramala, informou nesta quinta a agência oficial palestina "Wafa".

"Realizar as eleições só na Cisjordânia não é aceitável", manifestou Abbas antes de reiterar seu apoio ao pleito na totalidade do território palestino.

"Têm de incluir Cisjordânia e Gaza. Sem isto, não seremos capazes de celebrá-las", reiterou.

Abbas se pronunciou sobre a resolução que nesta quinta será submetida à deliberação do Conselho de Segurança da ONU e que condena os assentamentos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, territórios palestinos ocupados.

O Quarteto para o Oriente Médio (formado pelos EUA, ONU, UE e Rússia) recusou condenar a política de assentamentos judaicos em sua última reunião, questão sobre a que Abbas comentou: "esperávamos que o Quarteto tivesse emitido comunicado equilibrado sobre fronteiras e segurança".

"Mas isto não ocorreu, portanto pedimos ao Conselho de Segurança que exija de Israel cessar os assentamentos, que é o que os EUA disseram em mais de uma ocasião", afirmou.

Abbas acrescentou que mais de 130 países apóiam a resolução que pede a Israel para com as colônias.

No fim de semana passado, a ANP anunciou a convocação de eleições presidenciais e legislativas para setembro, data que o movimento islamita Hamas rejeita.

A divisão política entre a ANP e o Governo do Hamas em Gaza impediu até agora a realização de eleições, apesar de tanto o mandato presidencial quanto o parlamentar já terem expirado.

As últimas eleições legislativas palestinas ocorreram em 2006, com a vitória do Hamas, à qual seguiu o boicote da comunidade internacional ao Governo que saiu delas.

As presidenciais, às quais o Hamas não apresentou candidato, ocorreram um ano antes e foram vencidas por Abbas.

A convocação de eleições, assim como a recente remodelação governamental na ANP, está sob influência dos protestos populares que se espalham desde meados de janeiro por vários países árabes e que derrubaram os presidentes da Tunísia e do Egito, e motivou uma mudança de Governo na Jordânia.

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