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A pobreza poderia acabar em 20 anos?

Estudo da Universidade de Oxford afirma que alguns dos países mais pobres do mundo poderiam erradicar o problema dentro desse prazo se mantivessem redução atual

Índia: pobreza no país poderia ser erradicada em 41 anos se mantidas as taxas atuais, segundo estudo   (Getty Images)

Índia: pobreza no país poderia ser erradicada em 41 anos se mantidas as taxas atuais, segundo estudo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 15h45.

São Paulo - Em alguns países, as gerações atuais poderão ver a erradicação da pobreza. É isso que afirma estudo da Oxford Poverty and Human Development Initiative, departamento da Universidade de Oxford, divulgado em março. O estudo utiliza o chamado multidimensional poverty index (algo como índice de pobreza multidimensional) para medir a pobreza. O índice não mede apenas a renda, mas também as privações que as pessoas pobres enfrentam quanto à alimentação e à educação, por exemplo. O relatório analisa 104 países em desenvolvimento – que, juntos, tem 78% da população mundial. 

Em sua análise, o relatório escolheu 22 países dentre os 104 analisados e, nesse total, observou mudanças significativas em 18. Os destaques foram para o Nepal, Ruanda e Bangladesh. Segundo o estudo, em dez anos a pobreza nesses países seria reduzida à metade se eles mantivessem o ritmo atual de redução – e dentro de 20 anos a pobreza seria erradicada neles.  

Nem todos os países conseguiriam realizar essa proeza. A pobreza nos 22 países seria erradicada em 95 anos – sendo que 11 países demorariam dez anos para conquistar esse patamar e outros sete demorariam 41 anos. A Índia, por exemplo, está entre os que levariam 41 anos se mantivesse a atual taxa de progresso. O Malawi, por sua vez, demoraria 74. 

“Mas, as performances dos destaques (Nepal, Ruanda e Bangladesh) sugerem que pode ser possível acelerar essas taxas”, afirma o relatório. O material explica que os países com as performances de destaque não são lugares impecáveis com governos democráticos sem corrupção e ausência de conflitos armados. O PIB per capita do Nepal, por exemplo, é de 540 dólares, próximo aos 570 dólares da Ruanda - em Bangladesh são 770 dólares. “Apesar de imperfeições visíveis, esses países provam que o progresso real é possível”, afirma o estudo. 

O índice de pobreza multidimensional leva em consideração a quantidade de pessoas considerada multidimensionalmente pobre e a intensidade de sua pobreza. Nos 104 países analisados pelo relatório, estima-se que cerca de 1,56 bilhões de pessoas (30% do total) vivem em um estado de pobreza multidimensional – o que é mais do que as 1,14 bilhões de pessoas que vivem com menos de 1,25 dólar por dia, segundo o relatório. 

Onde vive o 1 bilhão de pessoas mais pobres do mundo

O Multidimensional Poverty Index (MPI) mostra que há diferentes possibilidades de localizar onde vive o 1 bilhão de pessoas mais pobre do mundo. Considerando a média da pobreza nacional, chega-se a 30 países, sendo que 66% do bilhão mais pobre vive em países de renda média-baixa e 34% em países de renda baixa. Levando em consideração níveis subnacionais, chega-se a 265 regiões subnacionais em 44 países. Nesse caso, são 62% em países de renda média-baixa e 38% em países de renda baixa. 


Já considerando a intensidade da pobreza vivida pelas pessoas pobres, vê que o 1 bilhão de pessoas mais pobre do mundo está distribuído em 100 países – incluindo locais de alta renda. Nesse caso, 60% do 1 bilhão vive em países de renda média-baixa; 31% em países de renda baixa e 9% em países de renda média-alta – e 41.000 do 1 bilhão de pessoas mais pobres do mundo vive em países de alta renda, como Croácia, Estônia, Emirados Árabes Unidos, Trindade e Tobago e República Tcheca. 

Os 22 países observados foram: Armênia, Bangladesh, Bolívia, Camboja, Colômbia, Etiópia, Gana, Guiana, Índia, Jordânia, Lesoto, Madagascar, Malauí, Nepal, Nigéria, Peru, Quênia, Ruanda, Senegal, Tanzânia, Uganda e Zimbábue.

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