A Otan se reúne: 28 países contra Trump
O presidente americano afirma que os Estados Unidos são os responsáveis pela garantia armada da Otan
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2018 às 02h49.
Última atualização em 11 de julho de 2018 às 07h04.
A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é geralmente um evento em que as coisas ocorrem conforme o esperado, mas quando os 29 países se reunirem hoje em Bruxelas, a relação tradicionalmente harmônica será perturbada por Donald Trump . O presidente americano, desde sua campanha, é uma pedra no sapato da organização militar, afirmando que os Estados Unidos são responsáveis pela garantia armada da Otan enquanto os outros países não investem o suficiente em defesa.
Os Estados Unidos investiram 3,57% do PIB em defesa no ano passado, cerca de 680 bilhões de dólares. O montante é o equivalente a 71,7% dos investimentos em defesa de toda a Otan. Apesar de um compromisso de todos os 29 membros de investir pelo menos 2% do PIB na defesa militar até, apenas um time bem diversificado está acima da margem com os americanos: Estônia, Grécia e Reino Unido. Entre países da Otan e Canadá, o investimento militar médio do PIB fica em 1,45%.
Em suas redes sociais, é comum ver Trump reclamando sobre como os Estados Unidos pagam muito pela segurança do Ocidente. “Muitos países da Otan estão não só aquém da taxa de investimento de 2% como também inadimplentes por anos em seus pagamentos. Eles vão reembolsar os Estados Unidos?”, escreveu Trump em sua conta no Twitter.
Ele pode dizer que suas pressões funcionam: na terça-feira, o presidente da Otan, Jens Stoltenberg, correu para afirmar que 7 países, além dos Estados Unidos, estão caminhando para atingir a meta, com Lituânia, Polônia e Romênia próximos da margem acordada. No ano passado, o investimento médio em defesa na Otan aumentou 4.87%, o maior dos últimos anos.
Os outros países estão também preocupados que Trump trate os eventos com o desdém que reservou aos aliados na cúpula do G7 no mês passado — evento que o americano deixou mais cedo para se encontrar com o ditador norte-coreano Kim Jong-un. Desta vez, Trump tem um encontro marcado com o presidente russo na sequência, na Finlândia, depois de uma passagem pelo Reino Unido.
Putin é, com suas ofensivas militares no Leste Europeu e Oriente Médio, outra pedra no sapato da organização, que teme uma aproximação entre o russo e o americano. Antes de embarcar para a Europa, Trump respondeu a repórteres que “francamente, Putin deve ser o encontro mais fácil de todos. Quem diria?”.