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A hora do choque: a China divulga hoje o PIB do primeiro trimestre

A economia chinesa deve registrar a primeira retração em quase 30 anos por causa da crise do novo coronavírus

CHINA: país prometeu doar 2 bilhões de dólares à Organização das Nações Unidas para ajudar no combate ao vírus (Stringer/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2020 às 06h44.

Última atualização em 16 de abril de 2020 às 19h27.

O impacto da crise do novo coronavírus na economia chinesa deve ser conhecido na noite desta quinta-feira, quando o governo de Pequim divulgar os dados do Produto Interno Bruno do primeiro trimestre.

As estimativas são de que os números mostrem uma forte retração da economia nos primeiros três meses do ano. Analistas ouvidos pela agência Reuters esperam uma queda de 6,5% do PIB em relação ao mesmo período do ano passado. Mas é possível que o resultado fique até abaixo disso. Um outro levantamento feito pela Agência France-Presse com economistas e analistas indica uma expectativa de queda de 8,5%.

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Se os dados se confirmarem, este deve ser o pior desempenho trimestral da economia chinesa em pelo menos 30 anos e a primeira retração da economia desde que os dados trimestrais do país começaram a ser divulgados na década de 1990. Os números serão divulgados às 23 horas (horário de Brasília).

A queda neste início de ano deve levar a China a ter o seu pior desempenho econômico anual desde 1976, ano da morte do líder comunista Mao Tsé-Tung. O Fundo Monetário Internacional estima que o PIB da China terá um crescimento de apenas 1,2% em 2020, bem abaixo dos 6,1% de crescimento registrados em 2019.

A queda reflete a paralisação de boa parte da economia chinesa durante os três primeiros meses do ano, quando o país isolou a província de Hubei (epicentro das infecções pelo novo coronavírus) e adotou medidas de quarentena para limitar a circulação das pessoas em todo o país.

Durante boa parte de fevereiro e março, as fábricas do país ficaram paralisadas e o comércio, fechado, para conter a propagação do vírus. Somente nas últimas semanas a vida nas grandes cidades do país começou a voltar ao normal. A província de Hubei só saiu do confinamento no fim de março.

A preocupação agora é com a queda das exportações de produtos chineses, principalmente para os Estados Unidos e a Europa, e os seus impactos para a economia do país. A demanda por produtos chineses tende a cair uma vez que as demais regiões do mundo agora enfrentam a pandemia e queda na atividade econômica.

Em março, as exportações da China tiveram uma queda anual de 6,6%, depois de caírem 17% nos meses de janeiro e fevereiro combinados. Se a China registrar mais uma retração no segundo trimestre, a maior economia do mundo entrará em uma recessão técnica, quando há dois trimestres consecutivos de queda.

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