Presidente da Colômbia termina o mandato em grande estilo
Antes de sair da presidência da Colômbia em agosto, o presidente Juan Manuel Santos coloca hoje o país na OCDE
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COLÔMBIA: depois de acordo de paz com as Farc e prêmio Nobel da Paz, presidente Juan Manuel Santos termina mandato com participação na OCDE / REUTERS | Henry Romero
Publicado em 30 de maio de 2018 às, 06h02.
Última atualização em 30 de maio de 2018 às, 10h34.
Antes de sair da presidência da Colômbia em agosto, o presidente Juan Manuel Santos deve fechar seu mandato em grande estilo. Não só firmou um acordo histórico com as guerrilhas narcotraficantes do país e recebeu um prêmio Nobel da Paz por isso, como também conseguiu colocar a Colômbia na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — apenas o terceiro país da América Latina a fazê-lo, ao lado de México e Chile. Hoje, Santos viaja até Paris, onde assina o acordo de acesso à organização, na presença de uma reunião do conselho ministerial.
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A jornada do país rumo ao grupo que angaria os países mais desenvolvidos economicamente teve início há 5 anos, começando a cumprir os requerimentos necessários para alinhar legislação, políticas e práticas aos padrões da OCDE. “Entrar nesta organização representa um passo muito importante nos esforços de modernizar o nosso país”, disse Santos. “Nós estamos nos comparando aos melhores para sermos melhores”.
Para a Colômbia, a adesão é importante para trazer mais investimentos. Para OCDE, a entrada da Colômbia também é interessante: tradicionalmente composta por países desenvolvidos do norte, a adição de países em desenvolvimento é parte do projeto da OCDE de se mostrar uma instituição mais diversa e aberta.
A Costa Rica também pleiteia uma vaga junto ao grupo que agora conta com 38 membros. Levar o Brasil à OCDE era uma prioridade do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, mas em condições normais de temperatura e pressão o caminho seria longo. Com os recentes recuos econômicos e institucionais, o pleito brasileiro ficou ainda mais distante.
A entrada da Colômbia na OCDE deixa para trás o passado do país, marcado por uma guerra que durou mais de 50 anos e deixou pelo menos 250.000 mortos, no conflito mais antigo da América Latina. O país cresceu 1,8% no ano passado, o ritmo mais lento dos últimos 8 anos (Santos está no cargo desde agosto de 2010). A OCDE estima um crescimento de quase 3% na economia colombiana este ano e em 2019, impulsionado pela paz, por melhores condições de financiamento e projetos de infraestrutura que devem aumentar os investimentos.
O país volta às urnas em 20 dias para escolher entre o governista Iván Duque e o ex-guerrilheiro Gustavo Petro. Vença quem vencer, os próximos anos devem ser de mais crescimento para os vizinhos.