Logo mais, antes de os mercados americanos abrirem, o terceiro maior conglomerado de mídia do mundo, a Time Warner, divulgará seus resultados para o terceiro trimestre do ano. É o primeiro relatório financeiro depois da gigante do ramo das telecomunicações AT&T anunciar a intenção de comprar o grupo de comunicação, que tem como subsidiárias a Turner, com canais como CNN, FOX, a HBO, e o estúdio Warner Bros, num negócio de 85 bilhões de dólares.

O mercado, como é  de sua natureza, desconfia que o negócio possa não se concretizar devido às regulações americanas. Donald Trump já disse que, se eleito, dará um jeito de barrar o acordo. Hillary também demonstrou preocupação. A AT&T comprou, em 2015, a DirecTV e se tornou a maior fornecedora de TV a cabo dos Estados Unidos e, com a compra, se tornaria dona da distribuição e da produção de uma grande quantidade de conteúdo. O débito de 49 bilhões adquirido ao comprar a DirecTV também pode atrapalhar.

Wall Street também crê que alguma outra grande empresa pode entrar na briga. A aposta do Goldman Sachs é que a Apple deveria fazer uma proposta. Dinheiro não falta para a companhia de Tim Cook, e ambas as empresas já trabalharam em parcerias grandes. A compra seria estratégica porque tornaria real o sonho da Apple de ser produtora de conteúdo, além de software e hardware. Mas a maior aquisição da empresa até hoje foi a fabricante de fones de ouvido Beats Electronics, por três bilhões de dólares. Muito menos do que o valor que teria que gastar agora.

No meio de tudo isso, a Time Warner deve apresentar um resultado bom. O lucro por ação deve ser de 1,37 dólar, 10% a mais que no mesmo trimestre do ano passado, enquanto a receita deve ser de cerca de sete bilhões. As ações da companhia subiram 36% desde o início do ano. Os dois maiores segmentos, a Turner Broadcasting e os estúdios Warner Bros, têm receitas crescentes e, mesmo em tempos de Netflix, a HBO continua a produzir séries como o sucesso Game of Thrones. Com tudo isso, a disputa pela Time Warner deve só crescer.