75% dos palestinos vivem abaixo da linha da pobreza
A organização aponta que os menores de idade são os mais afetados e que mais de 80% deles sofrem com a pobreza e vêem reduzidas suas oportunidades de futuro
EFE
Publicado em 13 de maio de 2015 às 12h05.
Última atualização em 3 de abril de 2019 às 15h50.
Jerusalém - Um relatório da Associação pelos Direitos Civis em Israel (ACRI) mostrou que 75% dos palestinos em Jerusalém vivem abaixo da linha da pobreza.
O documento intitulado de "Jerusalém Oriental: Fatos e números de 2015", "mostra a persistente negligência e crescente violência" através de dados extraídos de fontes oficiais israelenses como a prefeitura, a polícia e o Escritório Central de Estatísticas sobre a situação dos mais de 300 mil palestinos que residem na cidade.
A organização aponta que os menores de idade são os mais afetados e que mais de 80% deles sofrem com a pobreza e vêem reduzidas suas oportunidades de futuro.
Segundo a ACRI, 60% das crianças enfrentam dificuldades de acesso às escolas públicas, onde faltam vagas e os níveis de abandono escolar alcançam 33% a partir dos 12 anos.
A crescente tensão entre israelenses e palestinos no último ano, após a morte em junho de três jovens israelenses sequestrados na Cisjordânia e o assassinato de um adolescente palestino pelas mãos de judeus ultranacionalistas, também teve duras consequências para os menores palestinos.
Desde então, 406 jovens foram detidos sob a acusação de participar de distúrbios, o mais recente e menor com apenas 6 anos, enquanto cinco adolescentes perderam a vista pelo impacto de balas de borracha usadas como 'medida de dispersão de massas' pelas autoridades israelenses.
Israel ocupou Jerusalém Oriental (da mesma forma que Cisjordânia e Gaza) após a Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexou a parte ocupada da cidade em 1980 com uma lei que declara Jerusalém capital indivisível do Estado judeu.
Desde então, os palestinos da cidade denunciam a discriminação e a falta de investimento em serviços para a população árabe.
Contatado pela Agência Efe, o escritório de informação da Prefeitura de Jerusalém não facilitou uma reação ao relatório.