5 estádios feitos para megaeventos que viraram grandes micos
Estudo aponta quais são os elefantes brancos herdados das Copas, Olimpíadas e afins, e alerta: Brasil também pode ter seus paquidermes
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2012 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.
São Paulo - Construir um novo estádio para sediar competições internacionais nem sempre é um bom negócio para o país sede. É o que comprova um estudo feito Instituto Dinamarquês para estudos dos Esportes e pela organização Play the Game. A pesquisa avalia 75 estádios construídos para mega eventos, como a Copa do Mundo , as Olimpíadas, os Jogos Pan-americanos e grandes campeonatos regionais. A medida de sucesso – ou fracasso – é a capacidade de utilizar bem os estádios após os eventos. O Estádio Olímpico João Havelange – mais conhecido como Engenhão –, erguido para sediar competições dos Jogos Pan-americanos de 2007, foi uma das arenas avaliadas no estudo. A conclusão é de que hoje, com o Maracanã em obras, ele tem um bom aproveitamento. Mas quando a reforma terminar e o estádio passar a sediar apenas os jogos do Botafogo, a coisa muda bastante de figura. A pesquisa aponta ainda que as reformas e construções estádios para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas – “uma maneira questionável de investir dinheiro público” em um país que ainda tem sérios problemas sociais, na opinião dos autores do estudo - podem deixar outros elefantes brancos na mão do Brasil. Clique nas fotos para conhecer os cinco estádios com pior retorno para os países que os construíram.
![Estádio Olímpico de Nagano (Japão)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_estadio-olimpico-de-nagano-japao.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /6(Qurren)
Construído para os Jogos de Inverno de 1998, o estádio custou 107 milhões de dólares e tem capacidade para 30 mil pessoas. Após o evento, o estádio passou a ser usado principalmente para jogos de beisebol profissionais e amadores. O principal time a utilizar a arena é o Shinano Grandserows que, ao longo de toda a temporada, conseguiu levar apenas 18 mil torcedores ao estádio.
![Estádio de Miyagi (Japão)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_estadio-de-miyagi-japao.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /6(Divulgação)
Com capacidade para mais de 49 mil torcedores e custo de 318 milhões de dólares, o estádio foi construído para a Copa do Mundo de 2002. O estádio sediou apenas três partidas durante a Copa e, ao longo de todo o ano de 2010, recebeu menos de 74 mil torcedores. Um dos motivos para a falta de público é que os dois maiores times da região escolheram outros estádios mais antigos para sediar seus jogos.
![Khalifa International Stadium (Catar)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_khalifa-international-stadium-qatar.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /6(Divulgação)
Capaz de acomodar até 50 mil pessoas, o estádio custou 128 milhões de dólares. Foi construído em Doha, para sediar eventos dos Jogos Asiáticos de 2006. Ao longo de todo o ano de 2010, recebeu apenas 90 mil torcedores. O estádio deve ser melhor aproveitado no futuro, durante os Jogos de Verão de 2020 e a Copa do Mundo de 2022, mas, para isso, vai precisar de reformas. A falta de um time “âncora”, que use o estádio como sua arena principal, prejudica o desempenho do estádio.
![Estádio Municipal de Aveiro (Portugal)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_estadio-municipal-de-aveiro-portugal.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /6(Divulgação)
A prefeitura de Aveiro investiu a maior parte dos 83 milhões de dólares necessários para construir o estádio que sediou partidas da Eurocopa de 2004, mas o retorno tem ficado aquém do desejável. Com capacidade para mais de 30 mil pessoas, recebeu, ao longo de 2010, apenas 59 mil torcedores. A prefeitura gasta 5,3 milhões de dólares por ano para manter o estádio, que deu prejuízo entre 2005 e 2008. Um dos motivos por trás do fraco desempenho do estádio foi o rebaixamento do Sport Clube BeiraMar, time âncora da arena, que passou três temporadas mal das pernas, recebendo apenas 1,6 mil torcedores por partida. Mesmo com o time tendo subido de divisão, não há demanda suficiente para explorar toda a capacidade do estádio, por isso a prefeitura – que já tentou passar a arena para frente, sem sucesso – cogita demolir tudo e construir um estádio menor no futuro.
![Estádio Dr. Magalhães Pessoa (Portugal)](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_estadio-dr-magalhaes-pessoa-portugal.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
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Outro estádio português que enfrentou problemas financeiros após a realização da Eurocopa é o Dr. Magalhães Pessoa. Com custo de construção de 121 milhões de dólares – quase o dobro do orçamento previsto –, tem capacidade para mais 23 mil pessoas, mas recebeu apenas 64 mil espectadores em 2010. Para ser mantido, o estádio consome cerca de 8% de todo o orçamento anual do município de Leiria. A prefeitura tentou vender o estádio, sem sucesso, e tem dívidas pendentes que lhe renderam até um processo. Na temporada 2011/2012, os problemas devem se agravar ainda mais, já que o time da casa, União Desportiva de Leiria, se recusou a pagar o aluguel de 23 mil dólares por partida e transferiu seus jogos para outro estádio menor.
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