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5 anos após o desastre nuclear de Fukushima — em imagens

Mesmo cinco anos após a tragédia, os danos na usina japonesa continuam dispersos e difíceis de serem conhecidos com precisão. Um verdadeiro martírio nuclear.

Funcionários da Tepco que trabalham no desmantelamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi posam para retrato em 23 de fevereiro de 2016. (Christopher Furlong/Getty Images)

Funcionários da Tepco que trabalham no desmantelamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi posam para retrato em 23 de fevereiro de 2016. (Christopher Furlong/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 11 de março de 2016 às 10h44.

São Paulo - O conhecimento popular diz que o tempo cura tudo. Em se tratando da usina de Fukushima Daiichi, no Japão, isso pode significar décadas: a árdua tarefa de desmantelar a central tem duração estimada de pelo menos 30 anos.

Há exatos cinco — em 11 março de 2011 — um terremoto devastador seguido de um tsunami deixaram em ruínas cidades costeiras inteiras do país e danificaram a usina nuclear, gerando um desastre atômico de nível 7, o mais grave na escala Escala Internacional de Acidentes Nucleares (mais conhecida pelas suas siglas, INES), e um dos piores do mundo, ao lado de Chernobyl.

A dupla tragédia provocou vazamentos radioativos e a evacuação em massa de trabalhadores e moradores das regiões afetadas. Cerca de 16 mil pessoas morreram e outras 3,3 mil foram consideradas desaparecidas. Mais de 100 mil deixaram seus lares para nunca mais voltar. 

Atualmente, cerca de 6,8 mil funcionários trabalham a cada dia no processo de desmantalamento de Fukushima Daiichi. Eles dispõem de um novo edifício dentro da usina com quartos e áreas comuns onde podem descansar e dormir, além de de uma cantina. 

A água contaminada da usina com materiais radioativos, entre eles iodo, estrôncio, césio e plutônio, tornou-se, hoje, o principal desafio da operadora, a Tokyo Electric Power Co, ou Tepco. Mais de mil tanques gigantes guardam a o líquido tóxico do reator, e o governo japonês não faz ideia do que fazer com isso.

Os impactos ambientais da tragédia, infelizmente, se tornam cada vez mais aparentes. De acordo com uma nova análise do Greenpeace Japão,"não há fim à vista" para as consequências ecológicas. Tais impactos incluem mutações em árvores, danos no DNA de seres vivos da região, além de montanhas e bacias hidrográficas contaminadas pela radiação por "décadas e séculos".

A conclusão é baseada em um grande corpo de pesquisa científica independente sobre áreas impactadas em Fukushima, bem como em investigações levadas a cabo por especialistas de radiação do Greenpeace ao longo dos últimos cinco anos.

Elas são o retrato de como, mesmo cinco anos após a tragédia, os danos na usina japonesa continuam dispersos e difíceis de serem conhecidos com precisão. Fukushima virou um verdadeiro martírio nuclear.

Recomeço

Em muitas regiões atingidas pelo terremoto seguido de tsunami, a eficiência dos japoneses foi comprovada: pontes, estradas, escolas,  mercados e outras estruturas danificadas foram reconstruídas.

Mas muitos bairros e cidades ainda vivem com cicatrizes abertas, outros foram abandonados por conta da evacuação e da contaminação, virando cidades-fantamas.

Desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira, várias cerimônias e atos oficiais prestam homenagens às vítimas. Em paralelo às homenagens, ativistas promovem uma série de manifestações contra o uso de energia nuclear, exigindo o encerramento das operações de todas as centrais do país, onde a intensa atividade sísmica aumenta o risco de um acidente.

Nos cemitérios localizados ao longo do litoral devastado, diante de edifícios arrasados pelas ondas e nas praias, famílias se reuniram para oferecer flores e incenso, enxugando as lágrimas.

Clique na imagens e veja o que mudou 5 anos após o desastre nuclear de Fukushima. 

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