4 mil negros foram linchados nos EUA entre 1877 e 1950
Entre 1877 e 1950, quatro mil negros foram linchados no sul dos Estados Unidos, onde a escravidão e a segregação racial foram mais persistentes, mostra estudo
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 16h50.
Nova York - Quatro mil negros foram linchados entre 1877 e 1950 - mais de um por semana - no sul dos Estados Unidos , onde a escravidão e a segregação racial foram mais persistentes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira.
Devido a esta situação, mais de seis milhões de americanos negros precisaram fugir dos estados do sul entre 1910 e 1970, e se refugiaram em guetos urbanos nas cidades do norte e do oeste dos Estados Unidos, segundo o estudo da Equal Justice Initiative, uma organização de defesa dos direitos humanos com sede no Alabama.
A organização investigou por vários anos o que é conhecido como terrorismo racial em 12 estados do sul: Alabama, Arkansas, Florida, Geórgia, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee, Texas e Virgínia.
O documento fala de 3.959 linchamentos nesta parte do país, mais de um por semana em um período de 73 anos.
A organização declarou que suas investigações permitiram encontrar 700 vítimas adicionais em comparação com os estudos feitos anteriormente sobre o tema.
Os membros da Equal Justice Initiative apontaram vários locais onde ocorreram estas mortes brutais. No documento, a organização lembrou como as milícias americanas brancas, incluindo funcionários locais de eleição popular, se reuniam para acompanhar os linchamentos públicos de vítimas, que eram torturadas, mutiladas e desmembradas.
Ainda pior, cartões postais exibiam fotografias de corpos, vendedores ambulantes ofereciam comida aos espectadores, que bebem tranquilamente limonada ou uísque, e partes dos corpos das vítimas também eram distribuídas como recordação, ressalta o documento.
Segundo o estudo, "o terror do linchamento racial" era uma tática destinada a exercer pressão sobre a comunidade negra e não apenas para castigar um culpado.
Centenas de pessoas foram assassinadas sem terem sido formalmente acusadas de um crime sério, por situações triviais, como se recusar a descer da calçada ou por empurrar acidentalmente uma mulher branca.
Cerca de 25% dos linchamentos foram realizados em resposta a acusações de agressão sexual, e uma acusação de estupro podia, mesmo sem que a vítima identificasse seu agressor, levar a um linchamento por uma multidão revoltada.
Durante este período, nenhum americano branco foi condenado pelo linchamento de um negro, destaca o documento.
"Os linchamentos tiveram um impacto muito forte para as relações raciais na América e determinaram as condições de vida geográficas, políticas, sociais e econômicas dos negros americanos de uma maneira que ainda está muito clara hoje em dia", indica o estudo.
De forma completamente desproporcional, os negros todos os dias ainda correm mais riscos de ser detidos, de ser acusados de um crime, presos ou condenados à morte nos Estados Unidos.
A Equal Justice Initiative quer iniciar uma arrecadação de fundos para construir um monumento em memória destas vítimas.
Nova York - Quatro mil negros foram linchados entre 1877 e 1950 - mais de um por semana - no sul dos Estados Unidos , onde a escravidão e a segregação racial foram mais persistentes, segundo um estudo publicado nesta terça-feira.
Devido a esta situação, mais de seis milhões de americanos negros precisaram fugir dos estados do sul entre 1910 e 1970, e se refugiaram em guetos urbanos nas cidades do norte e do oeste dos Estados Unidos, segundo o estudo da Equal Justice Initiative, uma organização de defesa dos direitos humanos com sede no Alabama.
A organização investigou por vários anos o que é conhecido como terrorismo racial em 12 estados do sul: Alabama, Arkansas, Florida, Geórgia, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee, Texas e Virgínia.
O documento fala de 3.959 linchamentos nesta parte do país, mais de um por semana em um período de 73 anos.
A organização declarou que suas investigações permitiram encontrar 700 vítimas adicionais em comparação com os estudos feitos anteriormente sobre o tema.
Os membros da Equal Justice Initiative apontaram vários locais onde ocorreram estas mortes brutais. No documento, a organização lembrou como as milícias americanas brancas, incluindo funcionários locais de eleição popular, se reuniam para acompanhar os linchamentos públicos de vítimas, que eram torturadas, mutiladas e desmembradas.
Ainda pior, cartões postais exibiam fotografias de corpos, vendedores ambulantes ofereciam comida aos espectadores, que bebem tranquilamente limonada ou uísque, e partes dos corpos das vítimas também eram distribuídas como recordação, ressalta o documento.
Segundo o estudo, "o terror do linchamento racial" era uma tática destinada a exercer pressão sobre a comunidade negra e não apenas para castigar um culpado.
Centenas de pessoas foram assassinadas sem terem sido formalmente acusadas de um crime sério, por situações triviais, como se recusar a descer da calçada ou por empurrar acidentalmente uma mulher branca.
Cerca de 25% dos linchamentos foram realizados em resposta a acusações de agressão sexual, e uma acusação de estupro podia, mesmo sem que a vítima identificasse seu agressor, levar a um linchamento por uma multidão revoltada.
Durante este período, nenhum americano branco foi condenado pelo linchamento de um negro, destaca o documento.
"Os linchamentos tiveram um impacto muito forte para as relações raciais na América e determinaram as condições de vida geográficas, políticas, sociais e econômicas dos negros americanos de uma maneira que ainda está muito clara hoje em dia", indica o estudo.
De forma completamente desproporcional, os negros todos os dias ainda correm mais riscos de ser detidos, de ser acusados de um crime, presos ou condenados à morte nos Estados Unidos.
A Equal Justice Initiative quer iniciar uma arrecadação de fundos para construir um monumento em memória destas vítimas.