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3 são acusados por irregularidades na campanha de Sarkozy

Justiça acusou três pessoas pelo suposto desvio de dinheiro na campanha para a reeleição do ex-presidente Nicolas Sarkozy em 2012

Nicolas Sarkozy: Sarkozy omitiu 17,7 milhões de euros nos gastos de campanha, diz site (Valery Hache/AFP)
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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 14h55.

Paris - A Justiça da França acusou três pessoas nesta quarta-feira pelo suposto desvio de dinheiro na campanha para a reeleição do ex-presidente Nicolas Sarkozy em 2012.

Tratam-se dos dois fundadores da empresa de comunicação Bygmalion, Bastien Millot e Guy Alvès, que depois de ficarem detidos por 48 horas, foram acusados de fraude e cumplicidade, informou à imprensa o advogado deste último, Patrick Maisonneuve.

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Segundo o advogado, seu cliente confirmou diante dos investigadores e do juiz instrutor que o partido de Sarkozy, a União por um Movimento Popular (UMP), se utilizou de um dispositivo pelo qual a Bygmalion emitia faturas em nome do partido que na realidade correspondiam à campanha do ex-presidente francês.

O terceiro acusado é Franck Attal, antigo chefe da "Event&Cie", que pertence à Bygmalion, que organizou os 44 comícios eleitorais de Sarkozy.

A acusação tenta determinar se a UMP, dirigida então por Jean-François Copé, assumiu ilegalmente essas despesas para evitar ultrapassar o valor máximo legal das campanhas, fixado em 16,8 milhões de euros para os candidatos no primeiro turno e em 21,5 milhões para o segundo.

A Justiça também pretende analisar até que ponto a cúpula da UMP, a equipe de campanha e os próprios Copé e Sarkozy tinham conhecimento do esquema.

O escândalo, que motivou a renúncia de Copé em meados de junho, foi considerado até maio deste ano como um suposto desvio de fundos envolvendo a direção do partido político.

O caso sofreu uma reviravolta quando, no final daquele mês, o advogado Maisonneuve revelou em entrevista coletiva que, na verdade, a empresa tinha emitido essas faturas para comícios de Sarkozy, que perdeu as eleições presidenciais para o atual chefe de Estado, o socialista François Hollande.

Copé afirmou pouco depois de sua renúncia que nem ele, nem Sarkozy, sabiam das manipulações e que, apesar de ser o responsável pelo conjunto do partido, confiou em sua equipe e não tinha a "vocação" de revisar o trabalho de seu pessoal.

Segundo o site de investigação "Médiapart", Sarkozy omitiu 17,7 milhões de euros nos gastos de campanha em 2012 para as autoridades de controle financeiro e declarou somente faturas no valor de 4,3 milhões de euros.

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